sábado, 9 de outubro de 2010

300

Trezentos ... espartanos, gregos, troianos ... não! Apenas versos, escritos, troços. Chegou afinal o final, término, the end, finiquito; acabou. Muito foi dito, talvez de fato quase nada, uma parcela, prestação, bonificação; sim sem dúvida, a sempre mais por dizer, mas não assim deste jeito: aos pedaços, cacos, frangalhos ... fragmentos fragmentados, não se unem, não tem ponta, nem pedaço. Dispersos versos, escritos infinitos, troços modestos. Encerrou-se um ciclo, volta inteira, esfera, bola ... da vez! Bola da vez jogada na sinuca da vida, bola da vez lançada em profundidade, bola da vez arremessada na marca. Marca ai em teu caderno, agenda, parafernália, que os mosaicos são formados por pequenas pedras, vidros, imagens; que por sua vez se traduzem em um desenho, esboço, ou seja: algo formando algo dentro de si ou em si mesmo. Talvez seja possível, somente me resta experimentar, testar, errar, acertar, continuar errando, fazendo, traduzindo, existindo ... fluindo.


300 escritos, tenho que admitir que gosto de fazer isso, escrever. Por vezes tem textos que não gosto, por isso chamo troço. Os versos, estes em si são divertidos; porem os escritos, estes inclusive releio, fico olhando, pensando, buscando formas que emprestam nuances as palavras, encontrando por ora muitos erros, mas ali os deixo; foi a pressa, o desleixo e o não saber mesmo, mas ficam ali, marcando espaço ... território. E assim acabou, se algo ficou, não sei, efetivamente não sei, alguém sabe?

2 desejos

2 desejos,
a noite foram feitos,
agora só resta um.
não disse?
sim, somente 3 são desejos, nada mais nada menos.
então deseje bem,
sem medos,
receios,
titubeos ... titubeou, dançou.
dançou valsa, salsa, merengue;
me da um sorvete de creme ...
crime contra o não mais quanto outros sabores,
diversos,
exóticos,
raros;
mas, prefiro o comum,
o mais comum dos sabores,
mais comum dos fatores,
comum, simples, preciso.
creme ou crime?
me de uma frase que rime,
ande, corra, me auxilie, help me, olha eu aqui:
olhando pra ti.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

desejos

eu desejo ...
disse agora um desejo, meu desejo.
mas cuidado!
não pense que os desejos são simples,
desejos podem alcançar limites intransponíveis,
podem reverter ordens e coisas,
conservam um sabor ameno.
são perigosos, malucos, doentios.
possuem pressa, insensatez, lucidez ...
acidez ...
veneno ...
ternura.
vê se não abusa.
vê se tira a blusa, a saia, a roupa;
fica nua!
vou olhar tuas formas,
babar feito animar,
avançar ... o sinal, a linha, as fronteiras e as entrelinhas ...
telinha,
telona,
quero um tv grandona!

degustativas

eu pago, não sei como, não sei quando;
mas pago ... pato, conta, pra ver.
pago pra ver!
Isso mesmo, pago pra ver!
O que?
vejamos ... a quem tenha uma verdade pra dizer,
apenas uma basta.
pago ainda, pra quem sabe exato descrever o querer.
dobro a mesa, se voce me reconhecer,
na multidão,
na sua frente milhões de gentes ...
gentes da terra,
de outra esfera,
extratosfera ... pulou uma distância quase infinita,
foi ao longe esta história,
foi ao longe, muito distante ...
léguas,
kilometros,
luz.
Ofuscou as vistas a luz do fim do túnel,
as retinas estavam acalmadas,
as papilas? degustativas!
ativas!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

fale algo

putz, esqueci o teu nome, qual é mesmo?
pô, diz ai!
fica bravo não, é apenas a memória ram,
excesso,
falta ... memória,
quase não lembro minha trajetória,
quase não recordo de teus olhos ... são prateados?
dourados?
feito opalas, vidraças ... quebraram as vidraças, foi vidro pra todo lado,
um caco aqui, outro acolá;
passa a sacola, a bolsa, a vida,
vamos passando! Tudo!
me de ca sua sacola, sua bolsa, sua vida ...
que adiantou tanta pompa e circunstância,
que influiu tanto poder e arrogância,
tantos votos e poucas mudanças,
nenhuma,
apenas retórica, oratória e anedotas,
me conte outra que esta não tem graça.
quem quiser que conte algo,
fale algo.

quão

por vezes me sinto espectro,
não! melhor dizendo, aspecto,
sintoma,
reflexo.
de tua vida,
de minha vida ... fatores estéticos, métricos, assimétricos ...
quão distante, mais próximo.
quão perto, distante.
perto,
longe,
distante,
próximo;
apenas espaço ... apenas tempo.
ansioso, busco iludir minha mente, meus sentidos;
finjo,
engano,
minto; a mim mesmo e eu mesmo ... a esmo mas com esmero.
me esmero e com isso espero descobrir os segredos,
os teus segredos ... desejos ... anseios.
num tomo jeito,
sou assim sem jeito,
me traduzo por meus defeitos.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

seu tempo

despejando palavras, aleatórias, simplórias, insólitas ...
palavras despejadas em folhas, papéis, pixels.
não podem ser tocadas, por serem despejadas, não podem ser tocadas,
somente vistas como roupa em uma vitrine,
feito janela,
ventana,
window;
peça de acervo, nada raro, museu a céu fechado ...
poeira,
mofo,
ácaros.
o tempo se apossa dos dias, horas, segundos;
supremo,
vai seguindo seu curso,
ensinando,
aprendendo,
alterando ... alternando ... alterado ... alternado,
e por ai vai ... o seu tempo!

pimenta

canastrão, atua na vida como se não fosse com ele não ...
finge que não, mas sabe, que tem tudo a ver,
tem tudo a ser,
ser de fato,
acaso,
escasso ... ficou sem palavras, fico quase mudo ... estátua,
boneco,
espantalho;
espanta, espanta a preguiça, a gula, a luxúria ... não, a luxuria não!
essa deixa quieta, menina nada certa, inquieta, esperta.
como representa mal este ator,
um torpor,
fedor,
despudor ... opor ganhos e perdas,
compor amores e ódios,
sabor ... de lábios, beijos,
beijos larápios ... roubados ... furtados.
frutados, feito morangos, mangas ... pimenta ...
malagueta,
vermelha,
dedo de moça ... essa moça?
não, aquela; aquela outra!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

respiro

meio sem jeito,
olho para o espelho e me vejo ...
incerto,
decrépito,
descrédito ... voce tem crédito,
eu acho que ainda tenho,
cacife,
cacique,
fetiche.
me olhe, teus olhos são inéditos;
me sorria, teus lábios me fazem ausente;
me diga, tuas palavras me acalmam.
deve de ser o sotaque,
o jeito ... maneira.
lembro, imagino, sonho;
viajo nas lembranças, poucas boas,
boca,
olhos,
sorriso ... me lembro,
te digo,
digo e repito ... respiro!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

nojo

engodo,
enjoo,
nojo!
palavras não muito bonitas, meio que restritas ...
restritas as esferas sociais, pessoais, bi-laterais.
não as fales mais,
deixe de lado.
num canto abstrato de tua mente ... circunferente ... círculo ardente;
me empreste o pente, preciso pentear os cabelos,
afinal não fiquei careca de saber,
ainda tenho muito a aprender ... conhecer ... ver.
muito, muita ... coisa ainda falta ...
falta dimais, eu nada sei.
protótipo,
esboço,
desenho ... nada diferente,
número em vez de gente,
gráfico hereditário,
pesquisa em boca ... urna ... latrina ... valeta ...
boca de porco,
boca de chancho,
lábios de suíno ... pobre porquinho, pagou o pato e nem afogou o ganso.

olá

Faminto, bicho faminto ...


Rasteiro,

Matreiro,

Arisco.

Arrisco as cartas mais altas, já na primeira jogada;

Não sou de nada,

Não sou da nata;

Paciência? Nenhuma!

Não me venha com games, players, meetings and others,

No,

No way,

De jeito maneira,

Nem pensar.

Vai tirando o cavalinho da chuva,

Vai tirando a viola do saco, toca ai uma moda ...

Modismo de viola,

Palavras,

Coisas frívolas.

Tipo um sorrir, um olhar ... um olá.

domingo, 3 de outubro de 2010

como manda o figurino

como manda o figurino,
como diz a frase:
vista-se,
comporte-se,
pense ... igual ao figurino;
regras,
falas,
parcelas ... vá já pra cela ... dourada ... encantada ... com pedras ornadas.
preciosas,
valiosas,
plásticas ... petróleo, riqueza, surpresas.
por debaixo do pano,
do nariz,
do oceano.
todos querem se deleitar em berço esplêndido,
todos querem nadar em dinheiro,
ganhar o sustento.
dinheiro, soldo, salário ... monetário;
dinheiro monetário,
banco imobiliário ... jogo, um jogo quase infantil,
valores quase lúdicos ... virtuais; quem ganha mais?

sábado, 2 de outubro de 2010

imagine

espasmo,
um espasmo lúcido invade o cérebro,
meu cérebro.
que pensa em uma maneira,
uma forma,
um jeito ... de transformar o tempo,
um diferente dia que nasce,
passe a diante, um pé a frente, depois outro.
caminhando por uma calçada, rua, avenida, estrada ... abrindo caminho,
deixando pra trás:
o passado,  o que passou.
o presente, o que esta passando.
o futuro, o que nem aconteceu ...
o que aconteceu?
o que houve?
quem nos ouve?

conjuntura ...

política,
social,
ambiental.
que tal?
que tal ir pegar uma praia,
cerveja gelada,
sol,
e águas calidas ... calientes ... águas calientes.
queria agora estar vendo o mar,
brisa no rosto,
paisagem no olhar,
imagem a imaginar ...
imagine!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

troços

carona,
carranca,
carrancudo ...
o céu não está mudo,
ta nervoso ... estrondo!
e rufam os tambores,
anunciam água, muita água, tempestade.
a luz já ta fraquinha, parece até fim de dia estando perto do meio dia,
lá vem ela: a chuva.
por batedores raios e trovões,
quase palavrões,
quase tambores na preparação ... iniciação ... ebulição ... erupção.
neste fim de dia, quase ao meio dia as nuvens são cinzas, quase negras, quase densas ...
o que pensas? hoje o céu esta virado, vai vir a baixo ... ruas viram riachos,
avenidas rios caudalosos,
peixes ou destroços?
o que são estes troços?

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

agora

sou mágico!
mas não escondo a cobra ou engulo espadas,
nada deste gênero ... apenas magia.
apenas faço magia ... negra, branca ... cinza.
em plena luz do dia,
na tua frente,
nada de vestes reluzentes.
posso modificar um mundo,
posso fazer um mundo,
fazer o mundo, do faz de conta, da carochinha ...
carrocinha que se enche,
vários produtos: plástico, papel, vidro.
puxando?
em vez de um burro um humano,
ali lutando para juntar um dinheiro,
catando lixo ... reciclando lixo ... reciclando o humano ... ciclo ... versículo ... testículo.
pequeno texto,
pequeno verso,
ciclo, ciclico ... circula as bordas de meu pensar,
embola feito dança, amasso, rala e rola; olha a hora, agora!

voando

Vejo passando um conto.
pequeno conto,
verso;
vai rolando,
rolando ladeira abaixo, ganhando velocidade ... flutuando.
ganhou os ares,
se foi pelo ares e com ares de grande importância ... quanta elegância,
um gentleman ... prosaico.
e lá foi o verso, papeando, prosando, tagarelando;
enfadonho, cuidado com o tombo,
a queda,
descida,
afinal é uma ladeira e não tem eira e nem beira ... ribanceira.
lá foi o verso voando sem destino,
feito avião de papel,
feito bola de papel,
folha de papel ... voando.
foi papel, verso, brincadeira ... voando.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

horizonte

caindo pelas beiradas, vou aos trancos e barrancos ...
barracos,
botecos,
castelos;
de cartas, cartas marcadas,
manchadas,
usadas ... jogadas diversas vezes,
repetidas mesas,
impelidas maneiras,
impulso, explosão ... atração.
sempre tenho escolhido os melhores caminhos,
longos, tortos e cheio de perigos, mas não sou chapeuzinho;
apenas desta forma funciono,
deste jeito deixo de ser sonho e atuo no mundo que componho,
cores,
sons,
imagens
e também bobagens,
bobagens a parte,
um aparte: o que desenhaste ali no horizonte?
me conte.

vagabundo

por vezes sou vagabundo,
gostaria até de ser mais,
mas por enquanto somente as vezes.
vadiar por ai,
escrevendo algos, causos, cousas ...
mas sou fofoqueiro não,
não falo da vida dos outros,
não invejo,
não imito.
como poderia ter tais sensações, se as detesto?
como?
não daria; seria com dar um tiro no próprio pé,
prender o zipper no pênis ou o pênis no zipper;
morder a própria língua pensando ser uma suculenta maminha ...
daria não,
puta dor,
sou masoquista não, por isso:
não falo dos amigos, vizinhos e mesmo dos inimigos,
mas estes, os últimos,
parecem gostar de me mencionar,
não sei se me sinto lisonjeado ou preocupado,
mas sigo pensando do mesmo modo:
de ti nada falo.

anular

escolhas;
as escolhas ... são algo:
covarde, atrevido, sentido;
daninho, bem vindo, sem sentido;
unilateral, plural, senso invertido ...
divertido, é divertido escolher,
é sim, basta apenas querer e deixar o acaso florescer,
crescer.
faça ai a sua, pois eu já escolhi,
faz muito tempo que separei o trigo do joio,
processo invertido,
mínimo múltiplo incomum ... anulo e acho muito justo,
as escolhas devem ser livres, não podem estar atreladas a um dever;
as escolhas devem ser múltiplas,
as escolhas devem ser mínimas ... incomum.
mais uma vez tanto faz, não há o porque, o quem e como optar,
somente anular.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

redemoinho

não! não quero pensar no futuro imediato, não quero!
que os desdobramentos ocorram,
o interferir é proibido,
o intervir suicídio,
o ir é o caminho ...
em frente, atrás vem gente, olha o bonde ...
me conte uma estória pra eu me distrair,
me diga uma verdade, nem que seja de mentirinha.
tolice,
não existe verdade de mentira,
somente mentira de verdade ...
que falsidade,
a minha,
a tua,
a nossa ... cosa nostra.
deixo pra lá o que esta vindo,
que venha ... de mansinho ... em tormenta ... redemoinho,
ola lá dentro,
um diabinho!

dou de ombros

compasso ...
de esfera,
espera;
me espera ai que já te alcanço,
no se preocupe,
sou danado,
sou safo ...
me acho!
me acho de bem, sem mal;
me acho de mal, sem bem ...
nem bem, nem mal,
novamente esta frase ... repetindo,
repente,
repelente,
reagente ... reaja!
impulsiona tua força pra frente,
pros lados ... pro alto.
alto tombo,
alto estrondo,
me assombro, não ligo, dou de ombros.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

num mesmo dia

pequeno, terreno ...
do planeta sou, não tem jeito sou,
deste com certeza,
mas vejo coisas, pessoas, nuances,
que talvez voce não veja, talvez sim.
temente,
dormente,
demente;
ser vivente,
que pulsa,
batuca,
no escuro brilha,
no claro irradia ... luz de um novo dia .... a cada dia ... novo dia,
manhã distinta, nuvens, sois e as vezes luas;
chuvas, época das chuvas já meio que começou,
mas como anda louco este nosso clima,
outro dia em pleno inverno,
vi um monte de andorinhas,
acho que nem mais imigram.
tempestades inusitadas,
chuvas das brabas,
sol de rachar coquinho ... num mesmo dia,
numa mesma cidade,
estado,
país,
planeta.

te conto

ei vem cá!
me de teus olhos,
sou todo ouvidos ... sentidos.
alertas,
despertos,
incertos ... sentidos.
fará sentido?
estarei apenas por ai, perdido?
serei somente em esboço sem cor, papel com bolor?
seja lá o que for,
seja lá de que cor,
que seja então, tenho medo não,
sou de carne, um pouco de banha e osso;
tenho receio não,
apenas escrevo e tento contar a minha versão;
falo de falas, de palavras, passado, presente; o futuro?
este não tenho permissão pra dizer,
ainda não! é muito cedo.
quem sabe depois de amanha, te conto ... quem sabe?

depois me diga

arteiro,
faço arte o dia inteiro,
te digo:
não tenho jeito!
não tenho não,
como gente floresço,
como cidadão desapareço,
como figura ganho apreço ...
espesso,
espaço,
orvalho.
óleo em água,
não se mistura e nem mesmo se atura;
viagem ao infinito,
por planetas deslizo;
feito água da noite,
bruma suave que se apossa das plantas, contornos, flores ...
seja o que fores,
saiba que existem páginas ainda não lidas ... não escritas ... insistas.
sempre insista; depois me diga.

domingo, 26 de setembro de 2010

existo?

bicho,
cão,
cachorro.
feito cachorro,
feito cachorro molhado,
feito cachorro molhado em dia de chuva, não paro.
vou pra todo lado,
fico agitado,
não paro ...
de pensar,
de andar,
resmungar pra todo lado,
pra tudo que é lado,
aos quatro cantos
e muitas outras esquinas ...
resmungando,
andando,
pensando.
nem sei se respiro,
nem sei o que te digo,
nem sei se existo ... nem sei o que é isto,
esta coisa de existir ... pensar ... andar ... resmungar.

sábado, 25 de setembro de 2010

tudo importa

postagem,
pastagem ... imagem,
bucólica,
caótica,
anedótica.
sob um ponto de vista, pode ser outra coisa,
e outra,
e outra,
e mais outra.
pode ser sim, não tem porque não,
afinal somos tantos tanto quanto diferente pensamos,
mescla ai,
mistura tudo:
raça,
cor,
pensar,
falar ... mistura tudo!
tudo de uma vez, assim que sabe o resultado melhora.
nada de receios,
nada de preconceitos,
nada de trejeitos ... de um jeito ... de uma forma,
que nada,
agora que pega, as formas também são diversas ... perversas ... modestas.
forma, jeito, maneiras;
tudo importa, tudo mesmo!

incerto

pelo menos, de certa forma sou sincero;
os meus pés?
estes não, são incertos, escolhem os caminhos mais desertos,
escolhem pisar torto, nada reto;
caminhos incertos,
pés tortos ... desertos.
decerto, que tudo de certo,
de verso,
melodia,
contos,
canções ...
que falem do coração,
do dia de hoje e ontem,
cotidiano,
mediano,
outro plano ... traçando outro plano ... sempre!
planos e mais planos, talvez tenha que ir ao altiplano ... planando.
caminhando em caminhos incertos,
pés tortos pisam firme,
não se importam,
não tem medo e nem receio,
apenas pisam rumo ao desconhecido ...
amanhecer.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

fora

todo instante fascina,
respirar,
sentir,
olhar ... vida,
não tem preço, mas sim, meu apreço ...
eu mereço, sim mereço.
quero vida agora sim a tardinha,
vou molhar as plantas antes que chova,
minha mente vadia transita por entre palavras já conhecidas,
já lidas,
lidas com os afazeres diários,
labuta com a batuta de um maestro,
joga versos ... prosas ... conversas,
fora, joga fora,
janela a fora,
porta a fora ...
dê o fora ... si manda ... cai fora,
cai fora do trem antes que ele pare,
tumulto na certa;
cai fora da rede antes que vire peixe,
fisgado vai pra panela ... forno ... grelha.

prontos pra devorar

fim de semana, leilão.
quanto valerá uma lei,
quanto estão dispostos a pagar por uma lei ...
mufunfa alta,
não é grana rasteira ... aposentadoria ... regalias ... que maravilha!
@##@%&&*%%$#!
@$%¨¨&&%&$!
cobras e lagartos,
bichos esquisitos, insetos daninhos, pontinhos ...
vários pontinhos ... siga o mapa do tesouro,
um arrobo ... roubo a luz do dia,
na nossa cara,
a todas vistas ...
vistas no processo,
ritos,
togas nos ombros ... lobos famintos prontos pra devorar.

lavada de mão

lave bem as mãos!
é bom!
bom pra evitar a gripe,
qual delas?
a próxima com certeza.
bom pra ir fazer uma boquinha,
a comida fica limpinha.
mais bão ainda pra fazer de conta que é democracia,
cinco a cinco ... impasse ... pouca vergonha!
deste modo tudo legalizado,
nem que sim, nem que não;
empate técnico e não nocaute
e continua a brincadeira,
com a tua cara, com tua bandeira
palavra de ordem,
besteira.
as mãos não podem ser lavadas desta maneira,
não tire a tua mão da fogueira,
queima um pouco mas a alma fica satisfeita,

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

tempo

voce me conhece?
sabe quem sou?
que bom!
Então me diga que eu já não sei,
ou talvez saiba um pouco,
quase nada.
me diga, vamos!
quem sou?
um estranho?
estrangeiro?
alheio?
Alheio a vossa vontade,
lhe digo que sou assim mesmo ... imperfeito,
e bota imperfeito nisso ... tosco,
imperfeito,
mal feito ... com defeito,
não tem jeito mercadoria de segunda linha,
taca pra vender em alguma fronteira, lojinha de periferia ...
esboço tênue que se apaga com o tempo,
vai perdendo os traços,
vai fugindo a mente ... os dentes ... vai sumindo ...
tempo,
lento tempo,
vento lento de tempo ... segmento!

inconstitucionalissimamente

verso malescrito,
ou será mal escrito?
Rimas que não rimam,
palavras que aglutino,
junto,
componho.
composição sem melodia,
o sol anda quente ao meio dia,
no meu dia de hoje, calor,
sol,
secura ...
tomei tanta água quanto um camelo,
depois de dias no deserto,
muita água decerto ...
decreto,
leis,
medidas definitivas ... e a tal lei da ficha limpa,
talvez vá sujar,
esta nossa lei é tão fraquinha,
rola uma graninha e quem sabe se torne contra a constituição ...
inconstitucionalissimamente inconstitucional,
e a maioria o que quer?
quer a lei funcionando,
nada mais, nada menos.
seu juiz,
seu togado,
dr advogado ... limpem a barra e as fichas, pelo menos desta vez.

água

pecaminoso,
culpado,
defeituoso ...
torto feito galho de árvore,
pau que nasce torto?
permanece,
continua ... prossegue,
fazendo as mesmas coisas de maneira diferente,
quase idêntica, mas diferente;
contornos,
nuances,
flashes ... algo diferente.
ainda sou gente, pessoa, indivíduo ...
indivisível,
intransponível ... fora de nível.
nivela ai a terra,
passa máquina,
passa serra ... dessértica ...
dessértica esta terra,
poeira que levanta ao vento,
cegueira trazida aos olhos,
garganta seca ... um copo d'água ...
água fresca, cristalina, limpa.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

pés

sai pra lá olhão,
não tenho nada do seu interesse não!
não vem não!
olha pro teu próprio umbigo,
olha pra teu ´próprio destino;
o meu?
este deixa que cuido eu,
é somente meu, destino ...
desatino talvez,
fora de prumo, um tanto,
um tanto quanto talvez,
quem sabe disse algo ou alguma coisa,
o que olhas então?
nada tenho,
tampouco persigo,
finjo que não existo ... esquisito,
mosquito ...
da dengue ... do dengue,
carapanã de igarape,
deixa ver teu pé,
um pé,
dois pés,
um par de pés, que pé é este?

terça-feira, 21 de setembro de 2010

sem sintonia

- Alo?
- Por favor Amujaci, é isso neh?
- Não minha senhora não tem ninguém aqui com um nome sequer parecido com isso!
- Ah tah obrigada!

De nome aos bois,
mas por favor,
Amujaci é um terror,
será indígena?
alienígena?
da líbia?
Não, não falem isso de personagem tão ilustre ...
lustre pendurado no salão de reunião,
vamos lá diga qual tua linhagem,
vens de baixo?
Ai é complicado hein?
Porrada de todos os lados,
paulada na ideia ... plateia ... patética.
Aritmética, sempre fui ruim;
na verdade no estudo não entendia quase tudo,
não olhava com os mesmos olhos,
não ouvia com os mesmos ouvidos,
não falava esta mesma língua ... sem sintonia.

fortuna

Rápido e certeiro,
tipo tiro prá tudo que é lado,
feito bala perdida ai pela vida.
Vida ordinária,
ordinária vida ... comum ... simples ... quase avestruz,
penas pra que te quero?
voar apenas, sou sincero!
plumagens não me interesam, não mesmo, não sou pavão ...
quase povão talvez,
quase alheio, sem dúvida,
louco por inteiro já me vou pelas tantas ...
idades,
sonoridades,
meias verdades e quem sabe mais lá o que,
eu prá variar não sei,
não sei mesmo e não é apenas enquete do ibope,
em parte não sou número não ...
sou aldeão,
vou viver no mato então ... caminho da roça ... caminho de troça ... migalhas;
conto de fadas, de fodas ... fortuna!

por enquanto não!

Pequeno momento de paz,
paz amena,
também pequena,
afinal na guerra não nos damos a tal luxo,
a tal capricho,
requisito ...
mas eu peço,
peço mesmo o que é meu por defeito,
minha paz,
meu ás na manga,
pequeno ás,
pequena manga ... quem manda,
quem mandou pensar deste jeito,
quem te disse que isso era permitido,
invertido ... jogo invertido,
começa o segundo tempo e olha que não vai haver prorrogação,
não vai haver continuação;
então aproveita e se deita,
na cama,
na mata,
na caixa ...
de madeira,
com verniz e alças.
eu?
por enquanto não,
tenho muito que fazer,
muito que conhecer,
mais ainda que viver ... vou fazer estrada, caminho, picada!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

não quero votar não!

Intervenção divina ...
humana,
alienígena,
terrestre ... bichin da peste!
Temos uma eleição que preste?
Quadrilhas disputando o poder,
uma do PCC, outra do CV;
parece briga de gangue!
Todos sabem os podres de todos,
armas de alto poder de destruição lançadas segundos antes da eclosão,
tapetes puxados no ultimo minuto,
tapetes guardando um pouco mais que poeira,
talvez a prataria, as peças de ouros e os quadros de tinta ...
papel, papel moeda,
rola solto pra tudo que é lado,
um espanto e nada cai pro meu canto, nem um milhãozinho ...
solidos aureos,
contos de réis,
traveller checks ...
vou pra Cayman, quem sabe lá me ligo de algo,
descubro as bancas ... bancas do tesouro ausente,
passarão a mão num montam e não querem dar o lugar não,
briga de gangue?
não!
apenas mais uma eleição ...não quero votar não!

sábado, 18 de setembro de 2010

lugar ao sol

tambores, atabaques, motores;
gente, massa, galera;
lá vai a leva,
vai lá mas me leva.
na troça,
frevo, maracatu,
saudade de tu Pernambuco,
praias,
brisas,
sol ... um lugar ao sol,
meu lugar ao sol, quero o meu.
vai passando ai!
vai me dando ai!
meu lugar,
meu sol,
lugar, sol;
lugar ao sol,
solmente isso, nada mais.
solo eso y mas nadie.
é isso ai e mais nada.

guente firmis

lembrei de uma frase antiga,
de um passado,
bem passado.
guente firmis.
não vou lhes dizer o enredo,
pois pouco lhes importa;
consideremos assim:
um momento de cumplicidade, ponto.
creio que foram as releituras e transcrições de textos antigos,
muito já lidos,
por mim mesmo,
mesmo!
conotação com certeza mudou,
esta frase hoje diz outra coisa,
de outro modo,
maneira;
diz que mesmo que muitas coisas, por vezes, não deem certo,
faz problema não,
pois existe uma razão, uma lógica, uma história;
existe mais ainda o acreditar, crer, querer,
querer fazer diferente,
desta forma não tá bom prá gente,
tá não.
intão ... viremos a mesa, sirvamos a mesa, mais uma rodada,
cartada ... carteirada ... bancada.
prefiro sacadas, de prédios, casas, favelas, sacou?

face

Ansioso, deliciosamente ansioso,
por um olhar sincero,
um ar diferente pra respirar,
lugar ainda distante ... ali adiante ... no futuro ... pretérito ... do passado ... presente ...
quero um presente e nem precisa estar embrulhado,
nem precisa papel crepon ou seda,
nem laços e fitas ... um presente ... gift ... regalo.
Arregalo os olhos,
me irrito,
quase tenho um troço;
não posso, não mais posso
aguentar os distratos,
suportar falsos emissários ... falsários,
malandros,
canalhas ... torcer uns pescoços,
quebrar uns ossos,
romper o coco ...
romper la pelota, bolota ... huevos;
vou mesmo, encher o saco desta gente,
pentelhar,
ser eloquente ... quente,
o sangue anda quente,
quase fervente,
ácido,
bombástico ...
bummmm, explodiu! Foi pra puta que o pariu e ainda riu,
deu risada,
gargalha, da tua cara,
cara de pau,
rosto de pedra,
face singela ... sincera ... dispersa

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

novo dia!

Rodo, rodopiou, dançou ... o frevo,
boi bumbá,
maracatu.
Dança, festa, gente dispersa,
a solta,
pelo mundo a solta,
rodopiando,
rodando,
dançando ...
vamú lá mano!
Tamo baixando!
Vamú cai prádrento!
Maneirismo,
gíria,
palavreado ... comentário.
Fala ai mentecapto,
no capto,
no capito niente ...
gente veja que besteira, asneira,
que maneira.
Que maneira?
Qual maneira?
Qual mineira ... minas ... mina ... pedreira.
Rolando ladeira,
abaixo,
sem percalços,
pés descalços ...
pisam,
caminham,
anunciam ... novo dia!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

vontade

pequenos ... quão pequenos somos?
grãos de areia apenas,
areia fina de ampulheta,
grossa de britadeira,
macia ... feito praia a tardinha, no fim do dia.
Uma volta, ali pela orla;
mãos dadas,
papo furado,
olhares trocados ... bão!
bão mesmo,
deste jeito, te concedo um desejo,
apenas um e não pode ser perfeito,
sim isso mesmo, nada perfeito, nada é perfeito, nada mesmo!
seria simples demais,
seria tedioso, tedioso demais.
melhor desta forma,
circulo e não esfera,
retangulo e não quadrado,
são tantos angulos que nem sei qual mais gosto,
são tantas curvas que nem escolho em qual me perder,
que vontade de ver,
teus olhos, sorriso, boca.
que vontade de ter,
teu olhar, sorriso, lábios ...
que vontade.

beijo

escrever ... o escrever é sem dúvida um dos meus vícios, algo meio visceral, gutural, orbital. vou assim sendo impelido a escrever; um verso aqui, um texto ali, um bilhete, rascunho, lembrete; lembre: de algo que tenhas esquecido, de um ser querido, um lugar preferido ... lembre, de abrir as janelas, portas e tramelas, deixe a vida fluir, sem mais, apenas fluir, apenas seguir o fluxo, curvar e ir em frente ... atrás vem gente ... vem sim, se espremendo, se combatendo, se enganando ... ritmo e cotidiano ... sagrado e mundano ... urbano, rural, cigano; até da frança vão me expulsando, pondo pra fora, enxotando. parece até idade média, somente espero que não cacem as bruxas, estas eu gosto, são astutas, espertas, malucas, são bruxas. Me pergunto: o que escrever tem a ver com bruxas? o mais óbvio, nada! marmelada! pessegada, goiabada ... que mancada, agora estou a pensar em doces, daqui a pouco quem sabe? um queijinho? que nada um beijinho, na face, no queixo, nos lábios ... um beijo, um queijo ... face, queixo, lábios ... outro beijo ...

prefiro

trajectoria ... posição, velocidade, corpo ...
percurso,
curso de rio,
água de rio,
curva de rio ...
onde tudo para, estaciona, estanca;
curva de rio ...
trajecto improvável, inviável, inflável,
feito boneca,
colchão,
floresta,
não!
esta é inflamável,
volátil,
retráctil ... versáctil,
vira mesa,
vira cadeira,
se transforma em lenha pra lareira,
queima que é uma beleza e ainda gera riqueza ...
passageira,
riqueza passageira,
floresta passageira,
planeta passageiro, que passa, que vai indo, sumindo.
quero não, prefiro ter os pés na areia, na terra, na natureza.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

mostre a tua

Ei! Acho que te reconheço,
conheço.
Coisa de cheiro, pele, química ...
antiga,
já no tempo dispersa,
mas afinal quem tem pressa,
vida,
esta é uma imensa festa,
gente a beça,
fumaça a beça,
que bela beca!
Panqueca,
quero comer panqueca ...
carne,
espinafre,
ou quem sabe queijo e goiaba ...
cascão ...
no pé,
pescoço,
até mesmo no rosto,
rosto que é face,
face que é cara ... mostre a tua!

banal

indecifrável,
inflamável,
implacável.
não, não é um super-heroí!
não se trata disso.
seria mais algo assim ...
comportamental,
existencial,
banal.
de fato o banal se aplica,
feito luva sob medida,
feito jeito, cara, textura.
jeito de andar, de falar, de pensar.
cara de poucos amigos, otário, esquisito.
textura de manga carnuda, rosa, manga rosa.
textura de pele desnuda.
textura de carne crua.
desta forma banal,
deste jeito pouco atual,
deste modo factual ... espectral ... do mal e também do bem ... ninguém ... outrem ... ôôô o trem ... trem bão, bão dimais ... já vais? ... vai não! ... fica mais um bucadin ... um tantin ...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

manha

Saltando em lapsos ... tempos ...
silêncio, um mudo silêncio paira neste instante,
apenas as folhas de uma árvore balançando ao vento,
apenas uma manha de sol e calor ameno,
as horas vão caminhando em um canto de pássaro,
não sei a marca ou modelo,
apenas ouço o canto ... liberdade.
Bairro, vontade, necessidade,
essa tal liberdade se faz de besta,
esparrama tuas besteiras,
em praça pública,
na feira pública,
mercado ... marcado,
com o rosto marcado,
barbado,
cansado;
um tanto quanto cansado,
de ver uma realidade mesquinha,
verdade daninha,
maldade vizinha ... humanidade.

διαλεκτική

Dialético,
estético,
hermético.
O pensamento pode tudo,
compor, contrapor, contradizer ...
contra o dizer,
contra o fazer,
fazer de conta,
fazer as contas,
espelhos,
máscaras,
miçangas ... bugigangas,
quais são as tuas?
Que gaddets usas?
Celulares,
palms,
conectividade?
Palavras,
falas,
dialogas?
O que me dizes agora?
Não me venha com lorotas, nem anedotas.
Me venha sim com histórias, memórias e contos,
de fadas,
homens de lata,
bonecas de pano,
seres flutuando ... voando.
Sonhado acordado, somente isso.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

saudade

Talvez ...
o que seja a saudade?
Um lampejo de olhos ardentes?
Um lembrar de minimos detalhes?
Pequenos mesmo, deste tamanhinho!
Pequenininho ...
deste tamanhinho.
Olhares,
sorissos,
trajeitos e jeitos ...
lembro cada pedacinho,
até mesmo os desalinhos,
até mesmo os desníveis ...
saudade,
trago a saudade,
em mim,
em eu,
saudade eu ...
tenho de voce
e nem sei porque...
apenas lembro dos detalhes,
tenho saudade!

:)

Pano de fundo, de cor diferente,
apenas um tom,
colorido indiferente,
quebra de monotonia,
regras ...
quem diria?
quem poderia imaginar?
quem queria acreditar?
vem de encontro, vem!
pode vir, tem problema não,
sou apenas ilusão,
palhaço,
carrasco,
vulto.
sou apenas emoção,
romântico,
distante,
orgânico ... humano.
ser humano,
ser ou não ser,
pouco importa, não tenho berço,
não rezo o terço,
não fico de joelhos ...
posso me olhar no espelho,
posso dormir no sossego,
posso sorrir quando lembro ...
:)
tá vendo?

agite antes de usar

Olá! Então como vai voce?
A família?
A mobília?
A vida?
Bem, espero que tudo esteja bem!
Sim é verdade,
porque seria diferente;
sou assim amável,
amigável,
imóvel ...
no tempo,
no espaço,
no orgasmo ...
não sou de briga não,
quase não gosto de confusão,
bão, um pouquinho quem sabe?
Pouquinho de confusão,
arranca rabo,
agitação ...
agite antes de usar,
agite mesmo senão não vai dar ...
risada,
suspirada,
viajada ...
ria comigo,
suspire comigo,
viaje comigo ...
conte comigo,
conte consigo,
conte aos amigos.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

brilha

Enebriante.
Teus olhos enebriam ... me enebriam,
tonteam,
brilham.
Olhos que brilham, que ironia,
imagina só como seriam.
Lanternas,
fárois,
luzes?
E a energia, que usas?
Carbono,
fóssil,
renovável?
Quem sabe atômica?
Urânio,
plutônio,
neurônios?
Fiquei atônito,
meio ofuscado,
meio rabiscado,
inteiro ... inteiro enebriado ... tonto ... alcolizado.
Estes olhos que brilham,
iluminam,
são de fato luz,
artificial,
natural ... que brilha.

foram

as palavras me fogem da mente,
se vão pelo ar carregadas ao vento,
vento frio,
meio gelado,
fim de inverno ... lembro de Vera,
a prima ...
Primavera ...
flores,
odores,
quem sabe amores.
fugiram de mim novamente as palavras,
se foram por uma qualquer estrada,
conversando,
papeando,
falando ...
se foram,
as palavras,
por ai a fora feito anedota,
feito fofoca,
lorota ... palavras,
se foram assim meio tortas,
meio enganosas,
da boca pra fora ... se foram ...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

procura-se!

Criminosamente finjo que te entendo,
brinco que compreendo,
fujo como que brincando ...
bandido,
banido,
balido ... combalido,
lido no dia, na noite;
trabalho a tardinha,
a madruga,
sol e lua;
frio e chuva;
calor e suor.
Trabalho ... posso ser teu escravo,
servo,
assecla ... capanga ... cartas na manga;
me chama,
sou seguro,
quieto,
ruim que nem o diabo,
marvado feito quiabo,
endoidado.
Mas, não sou otário,
pra qualquer um não trabalho,
exclusivo,
prime,
lúdico.

vácuo

O silêncio ...
imperou por alguns instantes,
um vácuo,
um vazio,
um sozinho.
Instante pequeno,
mínimo,
ínfimo ...
sozinho,
vazio,
no vácuo ... espaço ... jornada ... caminhada;
que nada,
pedala,
fala ...
fala esquisito,
parece ser,
parece querer,
faz de conta existir ... ir ... sumir,
no vento,
tempo,
a qualquer momento ... instante.

domingo, 5 de setembro de 2010

peixe

eu,
di coco,
di coco chapado ...
endoidado,
endemoniado,
amaldiçoado ...
chapado no chão,
na parede,
na rede ...
de descanso,
de dormir,
de computadores ...
rede ...
peixe ...
caiu na rede é peixe,
caiu na net é peixe,
o peixe,
vamos falar do peixe ...
grelhado,
assado,
assanhado, time assanhado,
danado ...
chapéu de bola parada,
lá vem patada.
Deixa a molecada jogar sua pelada,
pedalada,
canelada,
dançada.

vai, fala!

Como folhas ao cair da planta,
folhas velhas que se desprendem do caule,
folhas ... hojas ...
palabras ...
palavras que se desprendem da mente,
que se soltam da boca,
caem de tuas conversas.
Folhas que se alastram,
palavras que se espalham,
hojas de teu diário,
palabras do teu imaginário ...
anedotário.
O que parlas?
Italiano?
Birmânes?
Indiano?
Speak english?
Spoken irish?
Línguas, idiomas, dialecto ...
o que parlas?
Vai, fala!
Diga palavras,
solte palavras,
palavrões,
palavreados ...
palabras ... parábolas ... para!

sábado, 4 de setembro de 2010

Acabou!

"O que se faz aqui, se paga aqui!"
Algumas coisas,
frases,
idades,
me causam medo,
sim medo,
pavor,
terror.
Como podemos imaginar que algo assim: tão banal,
possa ser realidade,
possa se materializar em tua frente,
aparecer assim,
num toque de mágica,
feito magia,
igual bruxaria.
Veja só agora,
os medos se tornam coragens,
os pavores em vapores,
os terrores em flores ...
muda tudo,
tudo de lugar,
muda o lustre,
o piso,
o friso ...
do carro,
da casa,
da tua cara ...
amarrada ...
cara amarrada, não tá com nada;
nada ai na piscina,
olha que são os últimos dias ... logo logo,
casa vendida e mais uma despedida ...
fim de linha,
fim da linha ...
se acabou,
terminou,
o verso terminou ... acabou!

sempre e agora

ritmo ...
o ritmo influi,
flui pelos poros,
pelos,
nervos ...
nervoso sigo,
talvez seja algo que tenha dito,
um rito,
um grito ...
maldito!
Tenho dito,
que meus olhos enxergam,
veem os obstáculos mais obvios,
visualizam apenas o ululante ...
distante ...
distante vou nesta nave sem forma,
nesta forma,
humana,
mundana,
cigana.
Me faz falta o caminhar,
pela estrada sem destino,
pela vida sem sorriso ...
teu sorriso,
pleno,
avido,
atrevido ...
teu sorriso,
teu brilho ...
estou de quatro,
fico feito um asno,
quando penso em teus delírios,
sussuros,
gemidos ...
sou escravo,
teu escravo ...
senhora,
sinhá,
sou teu sempre e agora.

sempre por aqui

Pacto,
acto,
retracto.
Pacto com o demônio,
com deus,
consigo mesmo ...
eis o pacto definitivo,
não sei se consigo,
serei apto,
serei plausível?
Acto ... obsceno,
ato terreno ... desacato,
destrato,
balaio de gato,
pelos,
unhas,
garras ... agarras,
aguaráz,
querosene,
carburante;
consumindo o ar,
poluindo o mar,
destruindo o lar ...
lar doce lar,
minha esfera predilecta,
que azul navega pelo escuro infinito,
tira um retrato ...
retracto,
reato,
descalço,
tiro o sapato ... pé na areia, terra e plantas rasteiras ... faceiras ...
feiticeiras,
bruxas,
fadas ...
digo uma coisa:
Olá, voce vem sempre por aqui?

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

essa faço eu!

Inspiração!
Oh inspiração a donde estais?
Por que me abandonaste?
Deixaste?
Largaste?
Gaste mais do seu tempo,
mas gaste em coisas inúteis,
não úteis.
Utilidades ...
domésticas,
métricas,
esotéricas ...
lotéricas,
hoje estão cheias,
grande prêmio ... dinheiro.
Também quero dinheiro!
Nem sei pra que, mas quero.
Muito,
pouco,
moderado ... um punhado,
também quero;
pode ser ouro,
prata,
bananas ... preço de banana, que bacana.
Teu trabalho vale digamos ... uma casca,
uma metade,
uma rodela ... banana ... bacana.
bem que podia ser uma penca,
um cacho,
um punhado, mas, a casca?
Nela posso pisar,
e ao pisar me espatifar,
no chão me ralar,
um braço ou perna quebrar,
então ...
não me venham com bananas
pois não tenho nada de filantropia,
manda ai uma lagosta e uma saladinha.
Hummm, saladinha, deixa que essa faço eu!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

tempos

Capim ao vento,
bola de feno rolando ...
muitas vezes minha vida passou assim,
feito bola de capim rolando no tempo,
monte de feno a toa ao vento.
Momentos,
pequenos momentos ...
fragmentos,
é o que me lembro,
relembro ...
um dia,
uma tarde,
uma imagem ...
imagens por vezes distorcidas,
outras, bem nítidas, claras, quase sensitivas.
Diversas podem ser as perspectivas,
os olhares,
as vidas.
Variadas devem ser as palavras,
as falas,
palavras que falas.
O que exergam os teus olhos?
Por onde vagam os teus pés?
Que tocas com tuas mãos?

terça-feira, 31 de agosto de 2010

via ...

August!
August is gone,
agosto se foi,
la se foi mais um agosto,
passou,
rápido,
rasteiro,
ligeiro ...
o mes inteiro,
um resumo do mes inteiro,
faça ai!
pensei,
escrevi,
fingi ser escritor,
fingi que pensei,
pensei ser escritor,
escrevendo menti.
Senti tantos momentos,
pequenos,
infímos,
sedentos ...
olhos famintos,
fome e mais nada,
some ...
na estrada,
na picada,
na via ... láctea.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

vou nadando

jaraqui ...
comeu não sai mais daqui.
eu comi jaraqui,
na verdade um monte,
lenda da floresta?
contos,
novelas?
sai,
mas dá uma vontade de voltar,
dá sim.
vontade de ir até ai ...
magia de uma floresta,
fantasia de uma índia,
olhos meigos,
lábios largos,
cabelos longos,
mas dá uma vontade voltar.
quem sabe daqui a pouco,
mesmo agorinha,
apareço,
dou as caras,
te surpreendo ... me surpreendo ...
me suspendo no ar e vou voando,
me sustento na terra e vou andando,
na água?
nesta flutuo, vou nadando.

zipada

um barulho,
sinal,
borbulho;
aviso que indica:
alguém falou,
melhor escreveu,
talvez não;
msenou,
skypou,
yahoozou ...
zuou,
agora foi zueira,
que palavras mais ...
digamos ...
inusitadas.
inusitadas?
não são listradas,
rajadas,
zipadas ...
que zipper que nada,
fecha a boca dela,
fecha a tramela,
joga tudo na panela,
galinha a cabidela,
palavras descabidas,
versos decaídos,
molho,
caldo,
suco ...
vou picar estes versos,
vou rasgar esta tela,
vou invadir o virtual ...

mesmices

ansiedade,
necessidade,
vaidade.
Naine, naine, naine!
não ficarei a toa repetindo sonoridades,
palavras que combinam,
frases que enfeitam.
no, no, no!
no estarei a toa transferindo arquivos,
bites,
kbites,
megabites ...
cidades,
celebridades,
carceragens ...
bobagens, destas eu gosto!
gosto também das liberdades,
das pequenas cidades ...
vilas,
comunidades.
bobagens, destas eu gosto!
gosto sim porque sou bobo,
um tolo que escrevinha tolices,
chatices,
mesmices.

ilíada


Coração de papel,

tinta,

palavras.

Não sente nada,

não se abala por nada ...

movimentos apenas sensoriais,

superficiais,

vitais;

vitrais de uma basílica,

sílica,

ilíada ... jornada,
extensa caminhada por um mundo conhecido,
caminhos de transito intenso,
caninos em osso duro ...
barulho,
barulho de osso partindo,
estomago digerindo ...
rindo ...
mais um pouco ...
rindo, indo, vindo ...
compasso da espera, que merda!
penambulando pela esfera, o que me espera?
vou dar um rolê ai pela terra,
planeta,
pateta,
penetra.

domingo, 29 de agosto de 2010

instante

pense um instante,
um minuto,
segundo ...
olhar atrevido,
maroto sorriso,
devoto ...
de volta,
de uma volta completa,
e voce simplesmente estará no mesmo lugar,
rodopiar,
somente rodopiar,
mover o ar,
mexer com o som,
movimento quase que infinito,
órbita obliqua,
obtusa ...
confusa,
confesso meus crimes, delitos e contravenções,
me entrego de corpo e alma ao dia,
ao agora,
segundo,
minuto,
instante.

duras penas

da janela olho,
não vejo nada,
que janela é esta?
que não se pode ver nada?
que olhos são estes?
que não enxergam nada?
olhos janelas,
janelas olhos ...
nada vejo.
nada mesmo,
apenas cimento, tinta, fuligem ...
apenas,
a duras penas;
que frase mais amena,
serena,
sonora ...
a duras penas.
alguém perdeu as penas,
mas valeu a pena,
penas pra que ti quero,
não voo mesmo,
somente sonho,
somente sonho em voar,
somente sonho em planar ...
céu,
Ícaro ...
poesia.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

di grátis, não!

de graça, mas nem injeção na veia, não vem com essa não, vamos conversar sobre valores, já me basta de escravidão, agora sou patrão; sou quem manda, sou eu que diz ... sou o cara; cara de pau, mentiroso, capiau ... orelha de pau. pausa ai, stop não, vamos seguindo na negociação, qual vai ser o meu quinhão, afinal, sabe como é, estamos em ano de eleição e se todo mundo ganha por que eu não? quero a minha participação, mitad mitad, fifity fifity, meio a meio; tá vendo sou bonzinho não quero por inteiro ... sou maneiro. mineiro, paulista, manauara, pernanbucano, sou de muitos cantos e a tempos venho somente trabalhando, hoje não quero mais, vou dar um tempo, quem sabe me aguento, quem sabe me sustento, quem sabe. nem vou dizer que eu não sei, porque não sei mesmo; tenho gostado deste jeito de olhar o dia seguinte com um certo receio e ter o presente como um certo brinquedo ... bicho bão de brincar ... bicho bão de acariciar ... anseios, desejos ... chamegos, me dai ai um chamego, me diz ai qual o seu preço, di grátis? No lo creo!

sim

Atiro!
Assim a esmo,
em mim mesmo ...
me atiro,
abismo,
os olhos?
Abertos,
bem abertos,
pra ver a paisagem,
curtir a viagem,
a proximidade ...
do solo ...
do Sol ...
do só.
Percurso,
transcurso,
em curso;
em rota de colisão,
em busca;
procurando uma razão,
em fuga;
fugindo do coração,
em luta;
pelejando com as próprias limitações.
Chega!
Chega de de abismos, tiros e ilusões,
basta de dizer não ...
sim.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

correndo atrás do própio rabo


Cão correndo atrás do rabo, objetivo claro, definido; porém pouco óbvio, sem sentido. Não faz sentido, correr em círculos, abocanhar o ar, a toa se cansar. Não faz sentido, pra direita, pra esquerda, que diferença faz o ponto de gravidade é no mesmo lugar, é preciso tirar o apoio do pé, deixar o tempo rolar, feito pião rolar por mundos desconhecidos, sem destino, sem rumo, sem prumo ... pra cima, pra baixo, uma vez este lado outra aquele, pisar, pular, saltar ... voar! Voar, sim porque não? Podemos ser pássaros, insetos, aviões. Podemos ser ásperos, retóricos, irônicos.
Podemos mudar o turno, o mundo, o tudo. Podemos tudo, tudo que nossa imaginação imaginar, tudo que nossa mente precisar ... impreciso ... preciso do impreciso ... não posso ser claro, nem definido; não posso! Se assim fosse seria como o cachorro correndo atrás do rabo, o próprio rabo ... traseiro ... no máximo um buraco poderia cavar, um buraco pra entrar ... enterrar ... enterrado vivo como o pessoal da mina ... distante ... ofegante ... instante. Parado no tempo, o buraco parece parando no tempo, sem sol, sem lua, sem imagens e gravuras ... nada, o nada reflitindo nitidamente em paredes escuras, o nada timidamente tomado conta da vida ... não, não vou ficar correndo atrás de meu rabo, traseiro, bunda ...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

falta de senso

respondi pra mulher do censo que era negão, ela não gostou não, ignorou, fez de conta que eu não era não, oras bolas! que falta de senso o meu, afinal sou judeu ... ateu, plebeu ... escafedeu, escafedeu-se, empirulitou-se, se mandou. foi por ali, por aquela rua desembestado feito uma mula, de carga, nos ombros uma imensa estrutura. vigas, lajes, paredes humidas ... lúdicas imagens surgem agora em minha frente, bem em frente, como se fosse o túnel na fim da luz, cruz credo, bate na madeira tres vezes, melhor bate seis, doze e muito mais, falta não faz ...

gargalhada

respeitável público, hoje tem marmelada, goiabada, bananada; com queijo a coisa fica danada, de boa, danada de boa ... paiaço, cara paiaço, ri a toa, piadas tolas, gargalhadas soltas; seu nariz vermelho brilha, sapato extenso pisa, calças largas arriam ... Arrelia rima com alegria, Carequina com risadinha, Piolin com ironia ... rima não, é daí que vem a ironia. nasci no dia do palhaço, por isso trago estas e outras tantas irreverências, faço ainda malabarismo, contorcionismo, por vezes sou como bicho ...
viva o circo! viva o palhaço! o bufão, bobo da corte, bobo ... mas não! não é assim não, as risadas são mais válidas que tua cara amarrada; piadas? estas então são de matar ... de rir. pisadas, pauladas, bombas e água, são arte, arte de dar gargalhada.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

todo ouvidos

vejo olhos, teus olhos; me vem um sossego, lampejo, desejo ... olha que escrevo, escrevo sim tudo aqui neste local ... virtual, deixo tudo registrado, falado, explicado ... blá, blá, blá ... há, há, há ... faz me rir, chorar, contar a dez, mil, dez mil; dez mil asas pra me fazer voar, dez mil mentes para eu poder pensar, como uma rede ... computadores, todos pensando, a mesma coisa ao mesmo tempo, um mesmo tempo de mesmice, crendices, chatices. somente deixo os fluidos rolarem, os neurônios estourarem, testimonios ... atônitos, anônimos, jupterianos, ops, errei! ao certo seriam venuzianos, não, marcianos, seres de mundos distantes, seres mutantes, errantes, inexistentes; viajei de nave, nave interestelar pra nenhum lugar, havia apenas o vazio, vácuo, frio. quero não! prefiro praia, sol e água; coisas, quem sabe manias ... nem imaginas, mas, quem sabe adivinhas, descobre, revelas; quem sabe! eu que não sei, como sempre não sei, sabe por que? porque não te perguntar de tua vida, não por desinteresse, mas sim por ironia, pois afinal se queres, que me diga, sou todo ouvidos.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

afiada

Vou te contar uma pataquada, galhofa, piada, por isso vá ai preparando sua gargalha, afinal, sem riso, sorriso, smile; que piada tem graça ... o que a garça disse a galinha? Num tenho a menor idéia, vai ver lá isso era a piada, meio sem graça ? não, deixa eu explicar, não, pensando melhor, melhor não. Rio sozinho de minha própria cara, olho assim e vejo que sou eu, ai dissolveu, desmoronou, desbarrancou ... estrutura fraquinha, magrelinha, estruturinha,
de brinquedo,
de brincadeira,
malabarista,
se arrisca,
se arrisca,
sempre andar fora da risca, risca de faca, risca faca.
Afia a faca,
na pedra,
na pia,
afia a faca, deixa ela bem afiada, lâmina que faz até barba, quase navalha ... afiada.

dia lento

semana preguiçosa, a semana começou calma, os horas estão custando a passar, os minutos então nem se fala ... não se fala mais nada, deixa a semana de lado, deixa sim; deixa também a preguiça, mas esta ao seu lado, vamos celebrar a dita preguiça do índio, vamos brindar com mais uma dose desta água que arde, que passarinho não bebe, que molha a garganta, tô só falando, bebo pinga não, bom, as vezes uma com limão, açucar e gelo; mas pura não. prefiro água, daquela pura e cristalina e também uma cervejinha, ops, uma não umas .... muitas ... que dia mais preguiçoso ... lento ... parado ... parece que nem tem vento ... que dia mais lento ... preguiçoso ... parado ... parece que até o tempo parou ... dia lento ... preguicento.

hojas rojas, o casi!







explodiu!




flolhas vermelhas,




pequenas, quase miúdas ... brancas flores.




quase minúsculas ... flores brancas.




quase vermelas,




folhas e não flores,




enganam,




ilusionam,




enfeitam.




flores quase vermelhas em uma manhã de segunda,




poderia até ser uma terça,




mas não,




é segunda!




flolhas quase vermelhas em uma manhã de segunda-feira!

prorrogação

segunda, oito e meia da manhã, hoje vou trabalhar não, não ganho tanto para tanta devoção, sou servo não, não sirvo não, não tenho jeito pra coisa, coisa esta de trabalho, minha cota gastei toda de uma vez, agora sou rei, de nenhum reinado; valente imperador, de nenhum império, sério. sério mesmo, te conto a verdade, de verdade. possuo ainda outra qualidades, isso agora pois antes tava meio enferrujado, oxidado ... soldado, missão cumprida: tantos mortos e tantos feridos; solado, na testa, na cara, na bunda ... chute na bunda, chute a bunda, a sua própria bunda, hoje é segunda, nenhum um pouco afim de labuta, batuta ... com a batuta rejo a orquestra de minha vida, pura irônia, broma, piada, alegoria ... sorria, segunda é o dia de hoje e como protesto ao trabalho não vou não. protesto do que? sei não, isso não tem a menor conotação, quem sabe protestar contra o protesto, protestar contra o prefeito, protestar contra o projeto ... pro ... prorrogação, este jogo vai ter prorrogação, penaltis não, somente prorrogação.

domingo, 22 de agosto de 2010

pensaire

Ouça ai o que eu tenho a dizer, escuta eu vai. Olha pode ser interessante pra voce, pode ser algo assim displicente, de certa forma inconstante, indiferente, mas, pense. Tente imaginar agora um mundo diferente, em vez de guerra, paz; nas vez dos tiros, sementes; mentes pensantes, sejamos pensantes ... passantes ... passe por lá antes, antes que eu passe, senão já viu, não vai sobrar nada não, não deixo nada mesmo, sou maloqueiro, não tenho jeito. Respeito, tudo a a todos, mesmo aqueles que me querem fazer de tolo, mesmos estes eu deixo, deixo que me façam de bobo, tem problema não, mas digo: não faria o mesmo, não mesmo. Não sinto de fato a vontade da revanche, por vezes algum rompante, mas no fundo não; mas por vias das dúvidas melhor não cruzar meu caminho, de novo não, pois neste caso, ai sim não perdoo, no chance, no way ...
ei de trilhar os caminhos do turtuoso ser, transmutar a percepção do existir e parar de falar desta forma que não me pertence ... tá ocupado, tem gente! Me empresta o pente, preciso pentear os cabelos, longas madeixas, cachos ... cabeleira, ainda não defini que faço meu meus cabelos, quem sabe vender? Não acho que não. Alugar? Tampouco. Cortar ou deixar, nada mais resta a fazer, vou pensaire.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

coisa

sintoma,
veio a tona
e mais um monte de coisas,
sempre as coisas,
aquilo que não sabemos: coisa.
aquilo que não saberemos: coisa.
coisa, coisa, coisa ...
doida, coisa doida!
envolta em mistério,
em véus,
esparadrapos ...
coisa ...
do outro mundo,
deste mundo,
de este modo, daquele,
coisa ...
de pele,
química,
desejo,
coisa ...
grande,
pequena,
mínima,
coisa ...
de ouvir,
de olhar,
de vestir,
coisa ...
coisinha ...
coisona ...

branco, azul, vermelho

gata de rua ...
arisca,
esperta,
soturna ...
noturna por natureza,
olhos grandes que são uma beleza,
realeza das vias,
expressas,
vielas,
ruas.
nuas,
quase nuas ...
quase luas,
crescente,
cheia,
minguante,
nova,
uma ôva,
de peixe,
sapo,
gente ...
da gente,
quanta gente ...
diferente,
vive la différence,
cigana gente posta pra fora,
vão ler mãos em outro lugar,
vão prá lá,
aqui não ...
liberdade?
igualdade?
fraternidade?

idade

desativando,
ativando,
remodelando,
mudando ...
nada pode ser estático,
parado,
mesmo plano ...
virtual,
viceral,
gutural ...
grito da garganta,
grito de Gargântua,
grito de estátua.
pasmo!
pasmo fiquei,
pelo grito,
pela garganta,
mais ainda pela estátua,
do Cristo,
da Liberdade,
da Verdade ...
a idade ...
puberdade ...
maturidade ...
irresponsabilidade.
adolescente tardio,
ínicio de ciclo,
ciclo descendente,
voltando no tempo,
no tempo que era inocente,
que era semente ...
ente.

coisas escritas

lo siento no poder dizer meia verdades,
meias palavras,
meias metades.
caras metades,
valiosas palavras,
quanto custam as verdades?
uma ninharia?
uma fábula infinita?
contos de fadas,
que foda!
olha a tua volta,
vá dar uma volta,
lá na floresta enquanto Seu Lobo não vem,
não tem prá ninguém,
nem vem que não tem.
tem nada pra voce não,
a não ser ...
estas coisas escritas,
idéias,
viagens,
vadiagens ...
coisas escritas.

meio mal, meio bem

MALDITO!
o mal foi dito,
mencionado,
murmurado ...
várias vezes,
vozes,
bocas.
BENDITO!
o bem foi dito,
igual ao mal
mencionado,
murmurado ...
várias vezes,
vozes,
bocas.
tudo então equilibrado,
pesado,
medido,
embalado;
pronto pra venda,
pra bodega,
armazém,
secos & molhados,
desidratados & encharcados,
húmidos e ressecados ...
descascados como fruta,
dissecados como sapo,
drenados como orvalho,
hoje estou meio duplo,
um tanto ambíguo,
um menos pudico
enigmático.
matemático das palavras,
poeta dos números,
mensageiro dos símbolos ...
simbológico,
simbiotico,
simpático ...
sim, sou assim:
meio mal, meio bem;
bem mal,
bem bem!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

fight

Hoje a fim de brigar,
punhos cerrados,
cara de bravo,
pensamentos ...
esses nem ai,
tão por ai voando,
estão por ai sonhando.
Vem cá pensamento,
voce também tem que brigar,
tem que querer guerrear,
lutar,
estar atento,
não!
mais que isso,
instinto,
puro instinto,
nada de floreios,
nada de anseios,
coeso,
ríspido,
nítido ...
antídoto,
me de o antídoto,
este veneno não gostei,
prefiro aquele sabor de frutas ...
vermelhas,
cítricas,
azedas.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

bobão

minha alma deixo
ir se regenerando,
finjo que o agora ainda é hoje
e que o amanha não existe ainda.
tempo e espaço,
lentos passos,
sedentos laços ...
maço de notas ... dólares,
maço de folhas ... couve,
maço de letras ... palavras.
ácidas,
pernósticas,
esporádicas,
erráticas,
egnimáticas,
bombásticas,
ticas os itens da lista,
esticas o elástico de teu calção ...
gordão ...
tontão ...
e ainda,
bobão!

credito

la ia eu desavisado,
passos não largos ao largo de minha história,
na mente um sorriso,
na face serenamente uma calma,
na alma secretamente uma chama ...
clama,
cama,
trama;
trama os fios do vestuário,
treme os pelos e os medos,
trema, sei lá pra que se usa este acento,
assento de praça,
de barbeiro,
de banheiro ...
privada,
vida privada
notória,
remota;
mostra tuas garras,
beleza,
bravura ... bravatas,
me fazem cair na gargalhada,
não sou nada disso,
apenas existo,
insisto,
credito.

porta

exposto em praça pública,
república,
balburdia.
horário político gratuito,
na verdade programa humorístico,
de candidato até o Titirica ...
sai zica!
que piada sem graça,
muitas outras também,
quase todas enfim.
ano de eleições,
voto branco ou nulo,
eis a questão,
não tenho candidato não,
não quero participar desta embromação ...
piada sem graça!
meio sem graça esta piada,
velhas caras,
maquiagens novas,
uma ova!
jogue o sapato agora!
basta lorota,
basta!
idiota,
em quem votas,
me diga em quem votas,
não saberei dizer quem és,
pouco importa,
ei abre a porta.

bjnhos

queria dizer tanta coisa,
deixa pra lá bobeira minha.
marquei bobeira,
bolas fora,
mancada.
mancada de perna,
topada no dedo,
que dor,
puta que o pariu!
ponte que partiu ...
caiu ...
caiu na água é bosta,
na rede é peixe,
deixe ...
disso,
daquilo,
tranquilho!
ande nos trilhos,
seja um bom menino,
anjinho ...
no cucuruto dois chifrinhos,
atentado,
encapetado,
diabinho ...
inho,
inhos,
vou sair de fininho,
davagarinho,
por aquele cantinho ...
beijinhos!

passeio

Acho que já falei isso antes ...
e se eu fosse de vidro,
temperado,
laminado,
iluminado?
Temperas de aço,
como papel almaço.
Laminas de platina,
como cartolina.
Luzes da ribalta,
faz falta ...
me faz falta olhar os teus olhos,
faz sim;
mas ...
melhor assim,
melhor mesmo, pra voce
e pra mim.
Madame Mim,
maga dos gibis,
feia bruxa em sua vassoura,
malvada bruxa em suas travessuras,
me enfeitiçou,
iludiu,
enganou.
Bruxa danadinha!
Eu bobinho deixei,
afinal porque não?
Quero os teus feitiços,
mais ainda as travessuras,
larga ai esta vassoura e vamos andando mesmo,
caminhando,
passeando ...
adoro passear.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

devorar

posso te olhar de mansinho,
quietinho.
posso avançar o sinal,
tipo motorista descuidado.
posso atacar feito fera,
tipo bicho no cio.
deixa eu olhar,
avançar,
atacar,
deixa, vai!
meus olhos percebem os teus,
se olham,
entreolham,
imploram,
mais um segundo,
mais um olhar ...
rodopiar feito pipa no vento,
feito dia rompendo,
luz que nos da movimento.
deixa eu avançar,
um beijo roubar,
um suspiro tirar,
suspiro ...
agora vou atacar,
precisa deixar não,
agora é tarde,
quero te devorar,
a fera saciar ...
ao te olhar novamente,
percebo que também és fera,
pronta pra me atacar ...
devorar.

pecados

pacto ...
com o divino,
sagrado,
pecado ...
que mora ao lado,
do outro lado,
em um lado.
mostre o outro lado de tua cara,
tua face mal lavada,
levada,
danada.
num da nada não,
pode andar na contra mão,
soltar do corrimão ...
me de a mão,
tua mão,
sem permissão,
sem ilusão,
tensão!
Me de tua mão,
vamos caminhar pelo turbilhão ...
sentidos,
desejos,
pecados infinitos ... íntimos!

nu

me sinto nu,
pelado,
desprovido de roupas,
vergonhas,
crenças.
o que crês voce?
no que acreditas?
em que se distancias?
as crenças,
ordens,
desordens,
rebanhos,
banhos.
Vou agora falar uma palavra até pouco pra mim proibida:
fé!
sim não acreditava em acreditar.
não depositava sem sacar.
no fundo não é tão complexo,
tem eixo,
fundamento
e momento;
ter fé em mim mesmo,
em voce,
no dia de hoje.
pode ser diferente da tua,
mas não importa,
nem por isso vamos sair na disputa,
cair na escaramuça ...
pensar,
querer,
acreditar ...
sempre opostos
nunca inimigos ...
amigos?