terça-feira, 31 de agosto de 2010

via ...

August!
August is gone,
agosto se foi,
la se foi mais um agosto,
passou,
rápido,
rasteiro,
ligeiro ...
o mes inteiro,
um resumo do mes inteiro,
faça ai!
pensei,
escrevi,
fingi ser escritor,
fingi que pensei,
pensei ser escritor,
escrevendo menti.
Senti tantos momentos,
pequenos,
infímos,
sedentos ...
olhos famintos,
fome e mais nada,
some ...
na estrada,
na picada,
na via ... láctea.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

vou nadando

jaraqui ...
comeu não sai mais daqui.
eu comi jaraqui,
na verdade um monte,
lenda da floresta?
contos,
novelas?
sai,
mas dá uma vontade de voltar,
dá sim.
vontade de ir até ai ...
magia de uma floresta,
fantasia de uma índia,
olhos meigos,
lábios largos,
cabelos longos,
mas dá uma vontade voltar.
quem sabe daqui a pouco,
mesmo agorinha,
apareço,
dou as caras,
te surpreendo ... me surpreendo ...
me suspendo no ar e vou voando,
me sustento na terra e vou andando,
na água?
nesta flutuo, vou nadando.

zipada

um barulho,
sinal,
borbulho;
aviso que indica:
alguém falou,
melhor escreveu,
talvez não;
msenou,
skypou,
yahoozou ...
zuou,
agora foi zueira,
que palavras mais ...
digamos ...
inusitadas.
inusitadas?
não são listradas,
rajadas,
zipadas ...
que zipper que nada,
fecha a boca dela,
fecha a tramela,
joga tudo na panela,
galinha a cabidela,
palavras descabidas,
versos decaídos,
molho,
caldo,
suco ...
vou picar estes versos,
vou rasgar esta tela,
vou invadir o virtual ...

mesmices

ansiedade,
necessidade,
vaidade.
Naine, naine, naine!
não ficarei a toa repetindo sonoridades,
palavras que combinam,
frases que enfeitam.
no, no, no!
no estarei a toa transferindo arquivos,
bites,
kbites,
megabites ...
cidades,
celebridades,
carceragens ...
bobagens, destas eu gosto!
gosto também das liberdades,
das pequenas cidades ...
vilas,
comunidades.
bobagens, destas eu gosto!
gosto sim porque sou bobo,
um tolo que escrevinha tolices,
chatices,
mesmices.

ilíada


Coração de papel,

tinta,

palavras.

Não sente nada,

não se abala por nada ...

movimentos apenas sensoriais,

superficiais,

vitais;

vitrais de uma basílica,

sílica,

ilíada ... jornada,
extensa caminhada por um mundo conhecido,
caminhos de transito intenso,
caninos em osso duro ...
barulho,
barulho de osso partindo,
estomago digerindo ...
rindo ...
mais um pouco ...
rindo, indo, vindo ...
compasso da espera, que merda!
penambulando pela esfera, o que me espera?
vou dar um rolê ai pela terra,
planeta,
pateta,
penetra.

domingo, 29 de agosto de 2010

instante

pense um instante,
um minuto,
segundo ...
olhar atrevido,
maroto sorriso,
devoto ...
de volta,
de uma volta completa,
e voce simplesmente estará no mesmo lugar,
rodopiar,
somente rodopiar,
mover o ar,
mexer com o som,
movimento quase que infinito,
órbita obliqua,
obtusa ...
confusa,
confesso meus crimes, delitos e contravenções,
me entrego de corpo e alma ao dia,
ao agora,
segundo,
minuto,
instante.

duras penas

da janela olho,
não vejo nada,
que janela é esta?
que não se pode ver nada?
que olhos são estes?
que não enxergam nada?
olhos janelas,
janelas olhos ...
nada vejo.
nada mesmo,
apenas cimento, tinta, fuligem ...
apenas,
a duras penas;
que frase mais amena,
serena,
sonora ...
a duras penas.
alguém perdeu as penas,
mas valeu a pena,
penas pra que ti quero,
não voo mesmo,
somente sonho,
somente sonho em voar,
somente sonho em planar ...
céu,
Ícaro ...
poesia.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

di grátis, não!

de graça, mas nem injeção na veia, não vem com essa não, vamos conversar sobre valores, já me basta de escravidão, agora sou patrão; sou quem manda, sou eu que diz ... sou o cara; cara de pau, mentiroso, capiau ... orelha de pau. pausa ai, stop não, vamos seguindo na negociação, qual vai ser o meu quinhão, afinal, sabe como é, estamos em ano de eleição e se todo mundo ganha por que eu não? quero a minha participação, mitad mitad, fifity fifity, meio a meio; tá vendo sou bonzinho não quero por inteiro ... sou maneiro. mineiro, paulista, manauara, pernanbucano, sou de muitos cantos e a tempos venho somente trabalhando, hoje não quero mais, vou dar um tempo, quem sabe me aguento, quem sabe me sustento, quem sabe. nem vou dizer que eu não sei, porque não sei mesmo; tenho gostado deste jeito de olhar o dia seguinte com um certo receio e ter o presente como um certo brinquedo ... bicho bão de brincar ... bicho bão de acariciar ... anseios, desejos ... chamegos, me dai ai um chamego, me diz ai qual o seu preço, di grátis? No lo creo!

sim

Atiro!
Assim a esmo,
em mim mesmo ...
me atiro,
abismo,
os olhos?
Abertos,
bem abertos,
pra ver a paisagem,
curtir a viagem,
a proximidade ...
do solo ...
do Sol ...
do só.
Percurso,
transcurso,
em curso;
em rota de colisão,
em busca;
procurando uma razão,
em fuga;
fugindo do coração,
em luta;
pelejando com as próprias limitações.
Chega!
Chega de de abismos, tiros e ilusões,
basta de dizer não ...
sim.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

correndo atrás do própio rabo


Cão correndo atrás do rabo, objetivo claro, definido; porém pouco óbvio, sem sentido. Não faz sentido, correr em círculos, abocanhar o ar, a toa se cansar. Não faz sentido, pra direita, pra esquerda, que diferença faz o ponto de gravidade é no mesmo lugar, é preciso tirar o apoio do pé, deixar o tempo rolar, feito pião rolar por mundos desconhecidos, sem destino, sem rumo, sem prumo ... pra cima, pra baixo, uma vez este lado outra aquele, pisar, pular, saltar ... voar! Voar, sim porque não? Podemos ser pássaros, insetos, aviões. Podemos ser ásperos, retóricos, irônicos.
Podemos mudar o turno, o mundo, o tudo. Podemos tudo, tudo que nossa imaginação imaginar, tudo que nossa mente precisar ... impreciso ... preciso do impreciso ... não posso ser claro, nem definido; não posso! Se assim fosse seria como o cachorro correndo atrás do rabo, o próprio rabo ... traseiro ... no máximo um buraco poderia cavar, um buraco pra entrar ... enterrar ... enterrado vivo como o pessoal da mina ... distante ... ofegante ... instante. Parado no tempo, o buraco parece parando no tempo, sem sol, sem lua, sem imagens e gravuras ... nada, o nada reflitindo nitidamente em paredes escuras, o nada timidamente tomado conta da vida ... não, não vou ficar correndo atrás de meu rabo, traseiro, bunda ...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

falta de senso

respondi pra mulher do censo que era negão, ela não gostou não, ignorou, fez de conta que eu não era não, oras bolas! que falta de senso o meu, afinal sou judeu ... ateu, plebeu ... escafedeu, escafedeu-se, empirulitou-se, se mandou. foi por ali, por aquela rua desembestado feito uma mula, de carga, nos ombros uma imensa estrutura. vigas, lajes, paredes humidas ... lúdicas imagens surgem agora em minha frente, bem em frente, como se fosse o túnel na fim da luz, cruz credo, bate na madeira tres vezes, melhor bate seis, doze e muito mais, falta não faz ...

gargalhada

respeitável público, hoje tem marmelada, goiabada, bananada; com queijo a coisa fica danada, de boa, danada de boa ... paiaço, cara paiaço, ri a toa, piadas tolas, gargalhadas soltas; seu nariz vermelho brilha, sapato extenso pisa, calças largas arriam ... Arrelia rima com alegria, Carequina com risadinha, Piolin com ironia ... rima não, é daí que vem a ironia. nasci no dia do palhaço, por isso trago estas e outras tantas irreverências, faço ainda malabarismo, contorcionismo, por vezes sou como bicho ...
viva o circo! viva o palhaço! o bufão, bobo da corte, bobo ... mas não! não é assim não, as risadas são mais válidas que tua cara amarrada; piadas? estas então são de matar ... de rir. pisadas, pauladas, bombas e água, são arte, arte de dar gargalhada.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

todo ouvidos

vejo olhos, teus olhos; me vem um sossego, lampejo, desejo ... olha que escrevo, escrevo sim tudo aqui neste local ... virtual, deixo tudo registrado, falado, explicado ... blá, blá, blá ... há, há, há ... faz me rir, chorar, contar a dez, mil, dez mil; dez mil asas pra me fazer voar, dez mil mentes para eu poder pensar, como uma rede ... computadores, todos pensando, a mesma coisa ao mesmo tempo, um mesmo tempo de mesmice, crendices, chatices. somente deixo os fluidos rolarem, os neurônios estourarem, testimonios ... atônitos, anônimos, jupterianos, ops, errei! ao certo seriam venuzianos, não, marcianos, seres de mundos distantes, seres mutantes, errantes, inexistentes; viajei de nave, nave interestelar pra nenhum lugar, havia apenas o vazio, vácuo, frio. quero não! prefiro praia, sol e água; coisas, quem sabe manias ... nem imaginas, mas, quem sabe adivinhas, descobre, revelas; quem sabe! eu que não sei, como sempre não sei, sabe por que? porque não te perguntar de tua vida, não por desinteresse, mas sim por ironia, pois afinal se queres, que me diga, sou todo ouvidos.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

afiada

Vou te contar uma pataquada, galhofa, piada, por isso vá ai preparando sua gargalha, afinal, sem riso, sorriso, smile; que piada tem graça ... o que a garça disse a galinha? Num tenho a menor idéia, vai ver lá isso era a piada, meio sem graça ? não, deixa eu explicar, não, pensando melhor, melhor não. Rio sozinho de minha própria cara, olho assim e vejo que sou eu, ai dissolveu, desmoronou, desbarrancou ... estrutura fraquinha, magrelinha, estruturinha,
de brinquedo,
de brincadeira,
malabarista,
se arrisca,
se arrisca,
sempre andar fora da risca, risca de faca, risca faca.
Afia a faca,
na pedra,
na pia,
afia a faca, deixa ela bem afiada, lâmina que faz até barba, quase navalha ... afiada.

dia lento

semana preguiçosa, a semana começou calma, os horas estão custando a passar, os minutos então nem se fala ... não se fala mais nada, deixa a semana de lado, deixa sim; deixa também a preguiça, mas esta ao seu lado, vamos celebrar a dita preguiça do índio, vamos brindar com mais uma dose desta água que arde, que passarinho não bebe, que molha a garganta, tô só falando, bebo pinga não, bom, as vezes uma com limão, açucar e gelo; mas pura não. prefiro água, daquela pura e cristalina e também uma cervejinha, ops, uma não umas .... muitas ... que dia mais preguiçoso ... lento ... parado ... parece que nem tem vento ... que dia mais lento ... preguiçoso ... parado ... parece que até o tempo parou ... dia lento ... preguicento.

hojas rojas, o casi!







explodiu!




flolhas vermelhas,




pequenas, quase miúdas ... brancas flores.




quase minúsculas ... flores brancas.




quase vermelas,




folhas e não flores,




enganam,




ilusionam,




enfeitam.




flores quase vermelhas em uma manhã de segunda,




poderia até ser uma terça,




mas não,




é segunda!




flolhas quase vermelhas em uma manhã de segunda-feira!

prorrogação

segunda, oito e meia da manhã, hoje vou trabalhar não, não ganho tanto para tanta devoção, sou servo não, não sirvo não, não tenho jeito pra coisa, coisa esta de trabalho, minha cota gastei toda de uma vez, agora sou rei, de nenhum reinado; valente imperador, de nenhum império, sério. sério mesmo, te conto a verdade, de verdade. possuo ainda outra qualidades, isso agora pois antes tava meio enferrujado, oxidado ... soldado, missão cumprida: tantos mortos e tantos feridos; solado, na testa, na cara, na bunda ... chute na bunda, chute a bunda, a sua própria bunda, hoje é segunda, nenhum um pouco afim de labuta, batuta ... com a batuta rejo a orquestra de minha vida, pura irônia, broma, piada, alegoria ... sorria, segunda é o dia de hoje e como protesto ao trabalho não vou não. protesto do que? sei não, isso não tem a menor conotação, quem sabe protestar contra o protesto, protestar contra o prefeito, protestar contra o projeto ... pro ... prorrogação, este jogo vai ter prorrogação, penaltis não, somente prorrogação.

domingo, 22 de agosto de 2010

pensaire

Ouça ai o que eu tenho a dizer, escuta eu vai. Olha pode ser interessante pra voce, pode ser algo assim displicente, de certa forma inconstante, indiferente, mas, pense. Tente imaginar agora um mundo diferente, em vez de guerra, paz; nas vez dos tiros, sementes; mentes pensantes, sejamos pensantes ... passantes ... passe por lá antes, antes que eu passe, senão já viu, não vai sobrar nada não, não deixo nada mesmo, sou maloqueiro, não tenho jeito. Respeito, tudo a a todos, mesmo aqueles que me querem fazer de tolo, mesmos estes eu deixo, deixo que me façam de bobo, tem problema não, mas digo: não faria o mesmo, não mesmo. Não sinto de fato a vontade da revanche, por vezes algum rompante, mas no fundo não; mas por vias das dúvidas melhor não cruzar meu caminho, de novo não, pois neste caso, ai sim não perdoo, no chance, no way ...
ei de trilhar os caminhos do turtuoso ser, transmutar a percepção do existir e parar de falar desta forma que não me pertence ... tá ocupado, tem gente! Me empresta o pente, preciso pentear os cabelos, longas madeixas, cachos ... cabeleira, ainda não defini que faço meu meus cabelos, quem sabe vender? Não acho que não. Alugar? Tampouco. Cortar ou deixar, nada mais resta a fazer, vou pensaire.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

coisa

sintoma,
veio a tona
e mais um monte de coisas,
sempre as coisas,
aquilo que não sabemos: coisa.
aquilo que não saberemos: coisa.
coisa, coisa, coisa ...
doida, coisa doida!
envolta em mistério,
em véus,
esparadrapos ...
coisa ...
do outro mundo,
deste mundo,
de este modo, daquele,
coisa ...
de pele,
química,
desejo,
coisa ...
grande,
pequena,
mínima,
coisa ...
de ouvir,
de olhar,
de vestir,
coisa ...
coisinha ...
coisona ...

branco, azul, vermelho

gata de rua ...
arisca,
esperta,
soturna ...
noturna por natureza,
olhos grandes que são uma beleza,
realeza das vias,
expressas,
vielas,
ruas.
nuas,
quase nuas ...
quase luas,
crescente,
cheia,
minguante,
nova,
uma ôva,
de peixe,
sapo,
gente ...
da gente,
quanta gente ...
diferente,
vive la différence,
cigana gente posta pra fora,
vão ler mãos em outro lugar,
vão prá lá,
aqui não ...
liberdade?
igualdade?
fraternidade?

idade

desativando,
ativando,
remodelando,
mudando ...
nada pode ser estático,
parado,
mesmo plano ...
virtual,
viceral,
gutural ...
grito da garganta,
grito de Gargântua,
grito de estátua.
pasmo!
pasmo fiquei,
pelo grito,
pela garganta,
mais ainda pela estátua,
do Cristo,
da Liberdade,
da Verdade ...
a idade ...
puberdade ...
maturidade ...
irresponsabilidade.
adolescente tardio,
ínicio de ciclo,
ciclo descendente,
voltando no tempo,
no tempo que era inocente,
que era semente ...
ente.

coisas escritas

lo siento no poder dizer meia verdades,
meias palavras,
meias metades.
caras metades,
valiosas palavras,
quanto custam as verdades?
uma ninharia?
uma fábula infinita?
contos de fadas,
que foda!
olha a tua volta,
vá dar uma volta,
lá na floresta enquanto Seu Lobo não vem,
não tem prá ninguém,
nem vem que não tem.
tem nada pra voce não,
a não ser ...
estas coisas escritas,
idéias,
viagens,
vadiagens ...
coisas escritas.

meio mal, meio bem

MALDITO!
o mal foi dito,
mencionado,
murmurado ...
várias vezes,
vozes,
bocas.
BENDITO!
o bem foi dito,
igual ao mal
mencionado,
murmurado ...
várias vezes,
vozes,
bocas.
tudo então equilibrado,
pesado,
medido,
embalado;
pronto pra venda,
pra bodega,
armazém,
secos & molhados,
desidratados & encharcados,
húmidos e ressecados ...
descascados como fruta,
dissecados como sapo,
drenados como orvalho,
hoje estou meio duplo,
um tanto ambíguo,
um menos pudico
enigmático.
matemático das palavras,
poeta dos números,
mensageiro dos símbolos ...
simbológico,
simbiotico,
simpático ...
sim, sou assim:
meio mal, meio bem;
bem mal,
bem bem!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

fight

Hoje a fim de brigar,
punhos cerrados,
cara de bravo,
pensamentos ...
esses nem ai,
tão por ai voando,
estão por ai sonhando.
Vem cá pensamento,
voce também tem que brigar,
tem que querer guerrear,
lutar,
estar atento,
não!
mais que isso,
instinto,
puro instinto,
nada de floreios,
nada de anseios,
coeso,
ríspido,
nítido ...
antídoto,
me de o antídoto,
este veneno não gostei,
prefiro aquele sabor de frutas ...
vermelhas,
cítricas,
azedas.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

bobão

minha alma deixo
ir se regenerando,
finjo que o agora ainda é hoje
e que o amanha não existe ainda.
tempo e espaço,
lentos passos,
sedentos laços ...
maço de notas ... dólares,
maço de folhas ... couve,
maço de letras ... palavras.
ácidas,
pernósticas,
esporádicas,
erráticas,
egnimáticas,
bombásticas,
ticas os itens da lista,
esticas o elástico de teu calção ...
gordão ...
tontão ...
e ainda,
bobão!

credito

la ia eu desavisado,
passos não largos ao largo de minha história,
na mente um sorriso,
na face serenamente uma calma,
na alma secretamente uma chama ...
clama,
cama,
trama;
trama os fios do vestuário,
treme os pelos e os medos,
trema, sei lá pra que se usa este acento,
assento de praça,
de barbeiro,
de banheiro ...
privada,
vida privada
notória,
remota;
mostra tuas garras,
beleza,
bravura ... bravatas,
me fazem cair na gargalhada,
não sou nada disso,
apenas existo,
insisto,
credito.

porta

exposto em praça pública,
república,
balburdia.
horário político gratuito,
na verdade programa humorístico,
de candidato até o Titirica ...
sai zica!
que piada sem graça,
muitas outras também,
quase todas enfim.
ano de eleições,
voto branco ou nulo,
eis a questão,
não tenho candidato não,
não quero participar desta embromação ...
piada sem graça!
meio sem graça esta piada,
velhas caras,
maquiagens novas,
uma ova!
jogue o sapato agora!
basta lorota,
basta!
idiota,
em quem votas,
me diga em quem votas,
não saberei dizer quem és,
pouco importa,
ei abre a porta.

bjnhos

queria dizer tanta coisa,
deixa pra lá bobeira minha.
marquei bobeira,
bolas fora,
mancada.
mancada de perna,
topada no dedo,
que dor,
puta que o pariu!
ponte que partiu ...
caiu ...
caiu na água é bosta,
na rede é peixe,
deixe ...
disso,
daquilo,
tranquilho!
ande nos trilhos,
seja um bom menino,
anjinho ...
no cucuruto dois chifrinhos,
atentado,
encapetado,
diabinho ...
inho,
inhos,
vou sair de fininho,
davagarinho,
por aquele cantinho ...
beijinhos!

passeio

Acho que já falei isso antes ...
e se eu fosse de vidro,
temperado,
laminado,
iluminado?
Temperas de aço,
como papel almaço.
Laminas de platina,
como cartolina.
Luzes da ribalta,
faz falta ...
me faz falta olhar os teus olhos,
faz sim;
mas ...
melhor assim,
melhor mesmo, pra voce
e pra mim.
Madame Mim,
maga dos gibis,
feia bruxa em sua vassoura,
malvada bruxa em suas travessuras,
me enfeitiçou,
iludiu,
enganou.
Bruxa danadinha!
Eu bobinho deixei,
afinal porque não?
Quero os teus feitiços,
mais ainda as travessuras,
larga ai esta vassoura e vamos andando mesmo,
caminhando,
passeando ...
adoro passear.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

devorar

posso te olhar de mansinho,
quietinho.
posso avançar o sinal,
tipo motorista descuidado.
posso atacar feito fera,
tipo bicho no cio.
deixa eu olhar,
avançar,
atacar,
deixa, vai!
meus olhos percebem os teus,
se olham,
entreolham,
imploram,
mais um segundo,
mais um olhar ...
rodopiar feito pipa no vento,
feito dia rompendo,
luz que nos da movimento.
deixa eu avançar,
um beijo roubar,
um suspiro tirar,
suspiro ...
agora vou atacar,
precisa deixar não,
agora é tarde,
quero te devorar,
a fera saciar ...
ao te olhar novamente,
percebo que também és fera,
pronta pra me atacar ...
devorar.

pecados

pacto ...
com o divino,
sagrado,
pecado ...
que mora ao lado,
do outro lado,
em um lado.
mostre o outro lado de tua cara,
tua face mal lavada,
levada,
danada.
num da nada não,
pode andar na contra mão,
soltar do corrimão ...
me de a mão,
tua mão,
sem permissão,
sem ilusão,
tensão!
Me de tua mão,
vamos caminhar pelo turbilhão ...
sentidos,
desejos,
pecados infinitos ... íntimos!

nu

me sinto nu,
pelado,
desprovido de roupas,
vergonhas,
crenças.
o que crês voce?
no que acreditas?
em que se distancias?
as crenças,
ordens,
desordens,
rebanhos,
banhos.
Vou agora falar uma palavra até pouco pra mim proibida:
fé!
sim não acreditava em acreditar.
não depositava sem sacar.
no fundo não é tão complexo,
tem eixo,
fundamento
e momento;
ter fé em mim mesmo,
em voce,
no dia de hoje.
pode ser diferente da tua,
mas não importa,
nem por isso vamos sair na disputa,
cair na escaramuça ...
pensar,
querer,
acreditar ...
sempre opostos
nunca inimigos ...
amigos?

duo

luz & sombra,
calor & frio,
branco & preto ...
divisão,
meu rosto dividido ao meio,
meio sorriso,
meio melindre,
meio dislumbre,
confunde!
o duplo confunde,
dualidade perturba,
funcionalidade mútua,
multa,
pênalti,
penalidade ...
severidade aplicada,
pedrada,
paulada,
enforcada ...
uma árvore,
uma corda,
morta,
a pessoa esta morta!
balançando numa corda,
bárbarie,
costume,
ritos ...
malditos,
malditos estes seres,
que cismam em viver nas sombras,
do passado,
do sagrado,
dos escravos ...
mantidos em véus,
não os das danças, mas negros,
escondem vergonhas,
expoem tolas vinganças,
explodem em mais uma bomba,
bombinha,
traque ...
fogos de artilharia,
que tal mais uma guerrinha,
afinal precisamos encher o caixa,
diz o tio:
viva as armas, o ódio e as matanças.

domingo, 15 de agosto de 2010

pra nós

meu eu, engano.
meu eu me engana.
meu ego esperto.
sou estátua,
sou de lata,
lata de refrigerante,
cerveja ...
reciclado,
reciclando,
retomando ...
domando o tempo em seu compasso nada lento,
criando os ventos em sua natureza violenta,
domando a violenta natureza dos ventos,
criando tempo para poder ver os teus olhos.
sou vento,
sou tempo,
domador e criatura,
Dr Jekil and Mr Hyde,
mas o Hulk não,
verde não!
verde de raiva,
verde de dor,
verde de bolor.
vendedor,
vendedor de sonhos,
sonetos,
versos,
pra ti,
pra mim,
pra nós.

sonso

contratempo,
contra o tempo,
tempo do contra,
prefiro a favor,
a favor do vento,
ao sabor do vento,
cabelos ao vento,
um tento,
um tanto,
um tanto quanto,
quanto tempo.
palavra,
palavrão,
palavreado ...
escrevo,
dedilho,
teclo;
hermético,
me fecho numa ostra.
eclético,
me escondo numa concha.
sintético,
me exponho num comércio.
ostra?
concha?
Comércio?
...
fecho?
escondo?
exponho?
que insonso!
que sonso!
que senso!
senso?
ou sua falta?

sábado, 14 de agosto de 2010

lo bandito

Embasbacado,
Engasgado,
Esgotado ...
Tempo esgotado,
Acabado,
Prazo de validade vencido,
Passe vendido,
Leiloado,
Rejeitado ...
Cheque sem fundo,
Sem dinheiro,
Torpedo ...
Mande um torpedo,
Falando de tua vida,
Contando a tua história,
Titubeando palavras,
Boca não mais calada,
Não mais fechada;
Fachada,
Cenário,
Canário que canta enjaulado,
Fera dormente em um quadrado,
Bicho que chora na solidão ...
Me de a mão,
Vem por este caminho,
Vem comigo,
Não sou lobo,
Não sou bandido,
Mesmo assim mordo,
Mesmo assim roubo;
Teu pescoço,
Teu tesouro ...
Lo bandito!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

hoje encerrei

o árduo trabalho chegou ao fim,
treze algos publicados,
lançados no espaço ...
virtual.
mas pensando bem,
o trabalho não foi afinal árduo,
na verdade prazeiroso,
talvez até pudesse escrever mais algo,
mas não,
simbolicamente fico no 13,
uma homenagem ao décimo terceiro dia de agosto,
esta sexta,
sexta-feira ...
sexta freira ...
décima terceira freira,
freia,
freia esse papo de freira,
besteira escrita na sexta-feira,
sexta 13,
13 sextas,
por hoje encerrei.

mala

estão falando,
mas nao estou escutando,
uso a técnica
do entra por um ouvido e sai por outro,
fico oco,
ô loco!
como assim oco?
algo de um lado,
algo do outro lado,
no meio nada,
vazio,
vacio,
empty.
estranho estar deste jeito,
não me ajeito nem numa poltrona,
não me aquieto nem num jato,
não aceito que me cobres,
não me cobres que diga,
não me cobres que ouça,
não me cobres que veja,
sou incobrável,
incontável,
imprestável ...
num presto ...
presto ...
num presto pra nada,
presto conta atrasadas,
sou piada,
mal contada;
sou pessoa,
mal falada;
mala sem alça.

quase um orgasmo

corpo fechado,
lacrado,
trancafiado.
corpo delito,
bandido,
corrompido.
corpo flechado,
cupido danado,
fez de mim o seu alvo,
me apaixono assim num instante,
endoideço assim um repente,
derrepente ...
um olhar ...
um sorrir ...
um sentir,
olhar sorrindo ao te sentir,
sentir sorrindo o te olhar,
sorrir ao sentir o teu olhar,
cupido danado!
por que eu de alvo?
talvez alguem mais calvo,
mais calmo,
mais alvo;
alvoroço,
bacana,
alvoroço é bacana,
gosto do alvoroço,
bagunça na hora do almoço,
bagaço na hora de deitar,
sargarsso na orla do mar,
sarcasmo é quase um orgasmo.

ave

pau a pique,
fiz meu mundo de pau a pique,
o sol era uma laranja,
na verdade só a casca,
assim toda enrolada,
a laranja?
bom, comi,
melhor chupei,
chupar laranja embaixo de uma árvore,
faz tempo,
faz tempo mesmo,
catar coquinho faz mais ainda,
deve ter sido em outra vida.
outra via,
acesso de loucura,
excesso de textura,
pau a pique ...
pique a pau ...
pica pau,
wood woodpecker,
sujeito maldoso,
malvado mesmo,
gastava daquele com cara de louco,
alucinado,
ave do demo,
demo de ave,
penas pra que ti quero.

postei, mas não gostei!

Folguedo,
Recato,
Recanto.
Me espanto em dizer estas palavras dispersas,
Perversas,
Inversas;
Invertas tudo em versos,
Revertam todos os processos,
Reverbere feito lâmina,
De barbear,
De cortar,
De furar.
Afiada lâmina,
Afiados dentes,
Afunilados ...
Funilaria,
Completa,
Lata, pintura e carroceria.
Lata de tinta,
Pintura de laca,
Estrutura de parafina ...
Fraquinha,
Tinta fresquinha,
Tinta fresca no banco,
Calça marcada de listras,
Terno de risca,
Roupa novinha ...
Fraquinha,
Esta coisa ficou fraquinha,
Não gostei,
Quase deletei,
Mas por fim,
Postei.

circo

Faço agora um improviso,
Imprevisto,
Visto ...
Visto de turista,
De artista,
Malabarista ...
O circo ...
A o circo, tempos já idos,
Palhaços,
Animais,
Trapezistas ...
Agora,
Animam festas,
Não estão nem mais nas florestas,
Constroem coberturas,
Altas alturas,
Quase as nuvens alcançam,
Pássaros,
Asas.
A pouco abri os braços ao vento,
Me senti um avião,
Um aeroplano,
Planador ...
Planando,
No céu;
Rasante,
Na terra ...
Voando na terra,
Dando rasante no céu,
Sou de papel,
Dobrado,
Preparado
E lançado num espaço,
Fechado!
Espaço aéreo fechado,
Para pousos e decolagens,
Peraí, fechado para pousos?
Danou-se!

pedras

um dia desses ...
um dia desses enlouqueço,
não, melhor esqueço,
não, emagreço.
o que escolher?
qual é mais de meu apreço?
qualquer um tem seu preço?
adereço?
endereço?
quero não!
quero ser eu mesmo,
de qualquer jeito,
melhor formato,
opaco.
Opala, fusca e chevettão;
carros antigos,
denegridos.
Opala, turmalina, ametista;
pedras ...
energéticas,
patéticas,
estéticas.

verso & prosa

batuque,
atabaque,
tambor ...
fervor de ritos antigos,
mitos,
antigos mitos a impregnar o ar,
atingir a terra,
engolir a água,
adquirir o fogo,
não esquece o meu troco,
me dá um troco,
assim poquin,
um bocadim de dindin,
pra mim fazer coisas,
as coisas ...
me dá pra mim.
um punhadim de ouro,
um tantin de prata,
um montão de palavras.
é prefiro sim as palavras,
essas mesmo aqui,
que as vezes gosto,
outras nem tanto,
mas são minhas,
tuas,
nossas ...
verso & prosa.

místico

não deste falta de nada não?
olha não te roubei nada!
o oito,
agora só faltam 8,
o símbolo do infinito quando invertido,
divertido em todos os sentidos,
pelo dia de hoje não poderia faltar,
um toque de misticismo,
o infinito ...
finito enquanto olhas,
dinâmico em muitas dobras,
dobras espaciais,
SFI,
sai já dai menino!
não brinca com os trabalhos,
não chuta a macumba,
não fuma este charuto da rua ...
encruzilhada ...
a pinga então, nem pensar.
já o franguinho,
quem sabe um ensopadinho,
caldinho,
chrurrasquinho de frango,
gato,
cascalho.

árduo trabalho

hoje dia árduo,
muito trabalho,
muito mesmo,
pois 13 algos terei que escrever,
acabo de me comprometer,
mas tudo bem, agora só faltam 9,
noves fora e pronto.
dia árduo de trabalho,
e olha que tenho mais,
muito mais,
mais coisas antigas,
que ali paradas,
juntam poeira,
se tornam sujeira.
também tenho que publicar,
de certa forma organizar,
digo de certa forma pois bem me conheço
e nada deixarei 100%,
senão não teriam origem,
assinatura,
rubrica ...
palavras publicas.

13 vezes treze

sexta, treze, agosto.
dia poderoso,
energias a solta pelo ar,
mandingas,
superstições,
credos,
incredulos ...
dia poderoso.
me dirigo aos quatro ventos,
elementos,
lhes digo:
meus amigos vejam isso,
esse tal de dia 13,
13 vezes,
13 afazeres,
13 prazeres ...
prazer,
em te dizer,
que 13 contos te devo,
13 versos escrevo
13 vezes sorrio,
13 vidas possuo,
13 ...
treze ...
treze vezes 13.

olvidate

coleciono coisas,
não são pedras,
tampouco pedradas,
muito menos vidraças quebradas.
são coisas!
que vejo,
que sinto,
olho ...
olho voce,
teu rosto,
teus olhos;
e guardo,
em algum lugar,
algum momento,
guardo ...
mantenho por um longo tempo,
na memória mantenho,
tesouro sem preço,
valores ... valor ... louvor!
louves por ai afora,
noves fora,
forget!

bel prazer

Halls strong-lypton,
Logo cedo
E que tava com um gosto ruim na boca,
Bafo,
Bafo de onça,
Bafo de jacaré,
Bafo e chulé,
Olha aqui meu pé,
Esquerdo,
Sempre o pé esquerdo,
Faço questão que seja,
Superstição ao contrario,
Duvido de ser azarado,
O azar ...
Faz parte do espetáculo,
Show,
Peça ...
Peça de quebra-cabeça,
Quebre a cabeça,
Quebrem as cabeças ...
Vamos pras cabeças,
Não te esqueças que pra onde vamos,
Existem cabeças,
As mais variadas,
Mais afiadas,
Mais afilhadas ...
Enfileiradas,
Postas em marcha,
Achas?
Que achas, se não sabes o que procurar?
Achas que tudo se move ao teu bel prazer?
Que lhe parece o viver?
Parece o querer?
Querer achar!
Parecer viver!
Bel prazer!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

sete garotas

Agora escrevo,
Para as setes garotas que me seguem no blog.
Olá tudo bem?
Como vão vocês?
Espero que bem e coisa e tal,
Que tudo esteja legal.
Estava aqui escutando Lenine,
E pensei,
Por que não?
Afinal é tudo que posso fazer,
Para me redimir,
Das barbaridades que escrevo,
Olha só, não repeti banalidades,
Bom agora sim,
repeti.
Mas é isso,
Somente um olá pra vocês.

banalidades again

Bloco na parede,
Tijolo no telhado,
Azulejo no refeitório ...
Olha o bandejão,
Faz tempo que não encaro um bandejão,
Esmago um coração,
Estalo os dedos,
Epa não rimou,
Não rolou,
Só pra quem não sonhou,
Quem não imaginou,
Não quis,
Não desejou
E o tempo voou,
Galopou nos minutos,
Decolou nos segundos,
Mudos segundos em que olhos se encontram,
Em que sentidos se movimentam,
Instintos ...
Ahhhh os instintos ...
Famintos,
Sedentos,
Querendo ... gemendo.
Querendo ...
Querendo escrever uma coisa boa qualquer,
Não estas banalidades,
Ta vendo repeti as banalidades,
Ta vendo repeti no segundo ano,
Ta vendo repeti na faculdade,
Que dificuldade
Em saber,
Em entender,
Conhecer,
Reconhecer ...

banalidades

To ficando preocupado,
Tudo que venho falando
Vem acontecendo,
Estarei eu enlouquecendo?
Terei eu adquirido poderes sobrenaturais?
Ou será que as coisas se tornaram banalidades?
Banalidades,
Termo forte se for ver,
Strong ...
Estorvo teu caminho?
Sou pedra no caminho,
No sapato,
Telhado;
De vidro,
Liso,
Jateado,
Pintado ...
Retrato,
O velho retrato que tanto falo,
Ali pendurado na parede,
O retrato,
Que retrata,
Que revela,
Filme ou novela?
Qual?
Escolha,
É self service,
Selve selvice,
Serve serve ...
Putz fudeu!
Não sei o que escolher,
Só sei dizer ...
Banalidades.

sorte

ando ...
pé ante pé,
um estrondo,
um sonho,
espanto ...
espanto as aves,
as naves,
as vezes ...
vezes que interferi,
que feri,
que me meti,
fui por ali,
fingindo que aquilo era um caminho,
fazendo de conta que era um destino,
pé ante pé,
a pé,
olhando a paisagem,
vendo a cidade,
comendo pastagem ...
viagem,
não comi pastagem não,
foi apenas capim
e o melhor de tudo,
não foi pela raiz ...
quadrada,
mágica,
brava,
forte ...
sou não!
to mais pra fracote,
mascote,
frangote ...
mas do o bote,
viro o bote na parte mais funda do lago,
pois tenho sorte ...
tenho?

terça-feira, 10 de agosto de 2010

quarteto

Saaaaaantos!
Saaaaaaaaaantos!
hoje tem,
hoje tem quarteto,
quarteto santástico na seleção.
confesso, estou na espectativa,
estou sim,
porque quero show,
quero ver show,
pra limpar a imagem da copa,
pra lavar a alma da copa.
jabulani,
jabururu,
tuiuiu.
seja amistoso,
seja os EUA,
show, quero show.
drible,
gingado,
mascarado,
folgado ...
futebol da gema,
da grama,
da terra,
do barro ... futebol.

boca calada

To a ponto,
A ponto de fazer,
Fazer merda,
Com certeza!
Sei lá?
É uma vontade estranha,
Que vem e se agiganta,
Toma conta,
Deixa até a perna bamba.
Ai me pergunto:
Que merda fazer?
Merda!
Estou de novo falando de merda,
Mas nada vou dizer,
Assim como o goleiro,
O advogado,
O pistoleiro ...
Boca calada,
Não entra mosca,
Não entra mosquito ...
Fecha o bico,
Cala-te boca,
Por qué no te callas?
Bravatas de um presidente,
Sud-américa,
Tem cara de tenente
E fala que é outra patente,
Sei bem qual seria,
Mas acho que ele não gostaria.
Por qué no te callas?

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

felino dorme

Fiz login.
entrei no blog,
estou aqui,
agora neste mundo virtual,
até onde vou?
não sei mal comecei.
comecei a contar lorotas,
contar pelotas ...
de algodão,
de planta,
ou de pelo,
de felino,
canino,
afiado canino,
branco canino,
morde o canino.
felino,
dorme,
dorme,
dorme.
afiado canino brinca,
branco canino é de fato preto,
morde o canino de brincadeira.
FELINO DORME.
continua a dormir,
e dorme ...
até chega a roncar,
sonhar,
babar ...
felino dorme.

chapa

Curo paco papaco!
Olha o loro vai falar alguma coisa,
Cuidado!
Pode ser uma ave de piada,
Picante piada,
Engraçada piada,
Que piada!
Piada que nada,
É sério,
Verdade,
Digo-lhe a verdade,
Mesmo que seja ela uma metade,
Metade da laranja,
Meia moranga,
Meia maratona.
Tona, gosto da tona,
Lá respiro,
Lá existo,
Lá imito.
Pago o mico,
O circo,
Rico ...
Rico não sou,
Pobre ainda não,
Média ...
Com pão e manteiga ...
Na chapa,
Meu chapa!

gente que preste

Página de corpo inteiro,
Mostrando tudo,
Expondo algo ...
Desnudo ...
Desnudando a flora,
Fauna,
Mafalda.
Que Mafalda é esta?
Não a conheço,
Não sei que é.
E agora que faço com a Mafalda nua,
Mal falada lua,
Malfadada rua.
Atua em teus próprios meios,
Conspira contra teus anseios,
Hummm ....
Que belos seios,
Perfeitos,
Deleito-me,
Peitos,
Mamar, hoje estou sedento.
Sede,
Sede mais que possa parecer,
Seja mais que possa transparecer.
Destoe,
Ocorra,
Escorra feito água,
Feito leite,
Feito gente,
Gente que nasce,
Vive,
Morre.
Gente que cresce,
Engrandece,
Esquece.
Gente que preste,
Leste e oeste.
Ao leste,
Ao oeste,
Também norte e sul,
Todos pontos cardeais,
Pra onde vamos depois de deixarmos o cais.

escrevinho

Escrever ...
Efetivamente é algo que gosto de fazer,
É tipo aquelas perguntas,
Pois é,
Esta é a resposta:
Gosto de escrever.
Seja com a caneta,
Com o teclado,
Off-line,
On-line,
Afetivamente gosto de escrever.
Pequenos textos,
Versos,
Poemas ...
Fragmentos,
De minha vida,
De meus momentos,
Encontros,
Desencontros,
Mais um conto,
Mais um assombro,
Um assobio,
Miado,
Grunhido ...
Escrevinho,
No papel,
No metal,
No mental.
Escrevinho num pergaminho,
Papiro,
Linho,
Plasma,
LCD ...
Escrevinho.

segunda

Toin, oin, oin, oin.
Bateu fundo,
Profundo,
No fundo
Do poço,
Corda no pescoço,
Assim me encontro seu moço,
Que é isso seu moço?
Ouço,
A moeda batendo no fundo da fonte,
Dos desejos,
Ensejos,
Segredos.
Te conto agora um segredo:
Sou pingüim de geladeira,
Fico ali na minha,
Alta montanha branca,
Visão a distancia,
Ate onde a vista alcança.
Pingüim de geladeira,
Marcando bobeira,
Dando bandeira,
Sonhando besteira ...
Queria agora uma esteira ...
Estrela,
Digo ao certo estrela,
Que fornece-se calor,
Brilho
E equilíbrio,
Na corda bamba a mente se esgueira,
Faceira,
Ligeira,
Matreira ...
Mente matreira,
É segunda-feira.

domingo, 8 de agosto de 2010

oi filho!

Pai de araque,
Sou pai de araque!
Displicente,
Inconsciente,
Ausente.
Mas depende do ângulo,
Da forma que você vê,
Como você enxerga,
O que você espera da vida,
Não queria você que eu fosse chato,
Pelo menos mais chato que já sou.
Não desejaria que eu fosse estático,
Mais do que já sou.
Não gostaria que eu fosse mágico,
É isso eu não sou,
Não sei dizer sobre o amanha,
Não sei explicar o que já passou,
Não sei se deixo transparecer,
Que sou aqui e agora,
Que estou aqui e agora,
Pro que vier acontecer.
Aconteça,
Acorda desta moleza,
Faça,
Aconteça.
Acontece que te conheci,
A quase vinte e três anos atrás,
E nesse tempo venho ficando pra trás,
Pareço carro velho,
Que já não anda, só engasga.
Pareço motor cansado,
Barulhento e soltando fumaça.
Pareço teu pai
E sou!
Um forte abraço!

vira

rio de mim mesmo,
frente ao espelho,
a esmo,
eu mesmo!
as mancadas,
marcadas,
cagadas ...
eu mesmo,
rio de mim mesmo.
rio de modo divertido,
curtindo,
sentindo,
rindo ...
indas e vindas,
seja benvindo(a),
seja atrevido(a),
seja vivido(a),
indo e vindo.
vai e vem,
feito trem,
trem bão sô,
trenzão a vapor,
locomotiva viva,
que vibra,
que víbora,
que vira ...
a casaca,
a mesa,
as certezas,
as incertezas.

sábado, 7 de agosto de 2010

olhos miúdos

Sórdido,
Ardido,
Fedido.
Fedido não!
Isso não sou não.
Também não cheiro,
Ops,
Não fedo nem cheiro,
Mezzo a mezzo,
Meio calabresa, meio mussarela,
Um tédio.
Um tédio sou um tédio,
Um prédio,
Estético.
Antiético,
Hermético,
Quase mudo,
Quase surdo,
Olhos miúdos,
Enxergam pequenos,
Vêem secretos compartimentos,
Olham as flores e os vasos,
Senhores e vassalos,
Amos e escravos ...
Quase mudos,
Quase surdos,
Olhos miúdos ... pequenos mundos!

no ar

Prazeroso descanso,
Depois de tudo uma pausa,
Um tempo em branco,
Uma clausula de contrato,
Item,
Pormenor.
Travessão,
Parágrafo,
Na outra linha,
Algo assim me lembro
Das aulas de português,
Digo língua portuguesa.
Analise sintática,
Tática,
Enfática;
Oxítona terminada em sei lá o que,
Proparoxítona iniciada em algo que não faço idéia,
Não faço a mínima idéia,
Pior que isso só trigonometria,
Cartografia,
Biologia ...
É ...
Nunca fui de estudar,
Algo carregado,
Empurrado,
Tratado.
Apenas fiquei a toa,
Contando estrelas,
Colecionado lembranças,
Vivenciando romances,
Lances,
Nuances,
Loves in the air!
Loves in the air!
No ar …

domo azul

Sabadão ...
Não tem nada de balada não,
Também não tem jornada,
Não tem nada;
Tem sim!
Você faz uma coisa aqui,
Outra coisa ali,
Vai fazendo,
Dia de geral,
Dá uma geral,
Na casa,
Na cara,
Na marra.
Amarra ai o teu burro na sombra,
Mas,
Amarra bem amarrado,
Senão,
Ela pode ser levado ...
Ladrão de burro,
Ladrão de cavalo,
Tendo quatro patas pode ser arrastado,
Arrastão!
Faz tempo que não rola um arrastão,
Aqueles dos bons,
Vai tudo:
Carteira,
Anel,
Dedo ...
Vai tudo:
Criando pernas,
Cultivando mãos,
Mudando de dono,
Dono do que?
Te pertence este domo?
Terra,
Domo azul,
Biosfera.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

palavras distantes

Tem gente que me assusta,
Assusta e muito!
Aquela malemolência inversa,
Aquela maledicência perversa,
Jogos de louvor e boa conduta,
Mundos de torpor e nenhuma conduta,
Pelos menos as boas,
Conduzem-se assim as formas de um negocio,
Um oficio,
Aprendiz,
Mestre.
Contra o mestre pesam as formas de concreto,
Mas sou esperto,
Muito esperto,
Construo prédios de cartas,
Castelos de cartas,
Mas não dou as cartas,
Não dou as caras faz tempo,
Não!
Sim! Faz tempo sim,
Faz tempo que não dou as caras,
Sumi no dia,
Em plena luz do dia,
Ao meio dia,
De um dia deverão,
Dia quente de verão,
Fui!
Fui por ai,
Olhando aqui, ali!
Somente olhando,
Vendo teu olhar em qualquer lugar,
Mesmo sendo vulgar,
Mesmo sendo altar,
Mesmo sendo mural ...
Jogral.
Um coro de vozes sem sentido,
Coral que canta mas não encanta,
Vogal,
Consoante,
Palavras distantes!

isso, isso, isso!

Muro,
Di cara pro muro,
Olhando pro muro,
Muro verde,
Pintado de verde;
Depois do muro uma árvore,
As folhas verdes da árvore, me olham,
Me dizem:
Ei otário,
Por que você esta ai do outro lado?
Na verdade perguntam,
O que faço aqui do outro lado?
Do lado de cá e não do lado de lá.
Boa pergunta,
Boa mesmo,
Gostei,
Mas ...
Mesmo assim não vou responder,
Não me cabe responder,
Sou apenas estante,
Quero dizer ...
Ficante,
Não, não!
Permanecente,
Vixê,
Piorou,
Estou aqui e pronto,
Nada mais vou dizer,
Nada mais vou querer,
Viver,
Vencer,
Ser,
Eu mesmo apenas isso.

massa

Alien ...
Alienista ...
Alienado.
Nado sincronizado,
Nada sincronizado,
Abstrato,
Feito o trato,
Destrato,
Trato de seguir em frente,
Sempre em frente,
Afinal,
Atrás vem gente,
Gente que caminha,
Que corre,
Incorre,
Incorre nos erros,
Mesmos erros que já cometi,
Meros devaneios que já senti,
Vivi!
Vivo prossigo na busca de um sonho esquecido,
Perseguido e ilusório destino,
Sim,
Acredito!
Acredito no dito,
Não dito,
Um rito da passagem,
Paisagem,
Viagem ...
Sou viajante,
Caminhante,
Mutante ...
Vezes mamute,
Vezes abutre,
Embuste.
Embute tuas verdades em meio a falsas contrariedades,
Embala tuas realidades no balanço das vaidades,
Tudo não passa assim despercebido,
Mão na massa,
De bolo,
Cimento,
Argamassa ...
Arregaça as mangas e mão na massa,
Amassa!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

dizer

Minhas mãos estão geladas,
Os dedos teclam as teclas como se estivessem congelados,
Extremidades frias,
Minhas extremidades estão frias,
Mãos geladas e vazias,
Vadias,
Deslizam pelas letras em busca de palavras e rimas,
Isso rima com aquilo,
Palavra que rima com quilo,
Quero um quilo,
De farinha,
De arroz,
De feijão ...
Faz ai um prato bem caprichado,
Assim mesmo,
De pedreiro,
Camioneiro,
Estradeiro.
Tá rolando um rodeio,
Eu fora,
Nem ver quero,
Nem de perto ... longe.
Onde?
Onde fui eu agora, no rodeio?
Me odeio,
Odeio-me,
Qual o jeito certo de escrever?
Mas pense bem,
Você pode não saber
O que quero dizer.
Pense bem,
Você não deixa de saber o que quero dizer.

rapido e rasteiro

Catiripapo,
Solavanco,
Sopapo.
Só papo!
Papo furado,
Jogado fora numa mesa de bar,
numa esquina,
que papo é esse?
Esse papo
De solavanco,
Chacoalhado,
Tranco ...
Tranco as portas com um trinco quebrado,
Quebrado mesmo,
Não funciona,
A porta fica aberta,
Quem quiser que entre por ela,
Porta a dentro,
Porta a fora,
De dentro pra fora,
De fora pra dentro,
Não sei se entro,
Não sei se fico dentro,
Se entro,
Se saio,
Saio de banda,
Saio pela esquerda,
Saio pela direita,
Saída rápida,
Saia rápido,
Rapidamente!

boca

Desculpa,
Sou bandido,
Roubei teus olhos
Enquanto me davas ouvido ...
Hummm duvido,
Duvido muito
Que não tenhas percebido,
Nada tenhas sentido,
Muito duvido,
Ponho-me de sobreaviso,
Sou todo ouvidos,
Teus ouvidos também roubei,
Junto com os olhos,
Agora são meus.
Quem sabe agora consiga ouvir,
Consiga ver,
Mas,
Faltou-me a boca,
De que modo poderei falar,
Então sugiro,
Que você me de sua boca,
Afinal já não tem mais ouvidos e nem olhos,
Pra que você quer a boca?
Me de ai sua boca,
Que vou colocar-la no trambone.

fumaça

cachimbo,
charuto,
cigarro.
fumaça pra todo lado!
de bambu,
de Cuba,
de filtro.
fumaça pra todo lado!
hábito desleixado,
podre,
fedido.
mas faço isso ...
fumante,
tem horas que penso em parar,
em outras mais um fumar,
fumaça pra todo lado!
fumo adoidado,
adoidado ando fumando,
fumando ando ficando adoidado.
hábito desagradável,
caro,
insuportável.
preciso parar,
parar de jogar
fumaça pra todo lado.

versotes

poeta de meia pataca,
meia moeda,
meia furada.
escreve versos sinceros,
modestos,
incertos ...
palavras,
lavradas na pedra,
desenhadas em papiros,
escritas em pergaminhos,
postadas em pedacinhos ...
bem pequenininhos,
nano ...
nano verso,
reverso de tudo,
o minúsculo,
maiúsculo detentor de tudo,
códigos,
senhas,
partes secretas ...
secretas fluidos,
segregas sentidos,
entrega latidos.
como um cão late,
como um infiel parte,
como troféu exibe versículos,
versáteis,
versotes,
versotes sim!
que foi achou estranha a palavra?
liga não!
fiz agora.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

fininho

Saindo de fininho,
Mansinho,
Pé ante pé,
Devagarzinho.
Indo, se afastando do círculo,
Poder,
Grana,
Dever.
O que vou ser quando crescer?
Um verso mal escrito?
Rascunho apressadamente manuscrito?
Bilhete esquecido?
Vejam só que esquisito,
Achamos coisas que somente nos gostamos,
Somente nos enxergamos,
A quem enganamos?
Aquém,
Achem o que foi perdido,
Encontrem o que foi achado,
Um achado,
Elo perdido,
Encontro de amigos.

hasta ta la vista

Sem sombra de dúvidas!
dúvidas?
sombras?
Não te assombras nas dúvidas?
Não te sobressais nas sombras?
Por quem me tomas?
um refresco,
um destilado,
whisky importado?
que nada, sou falsificado.
do Paraguai contrabandeado,
na china projetado,
nas esquinas ofertado.
vai de baciada?
10 por 5.
Calça Lee, calça Lewis.
Comércio interessante,
roupas,
discos,
almas ...
gêmeas,
não idênticas;
não identificas a origem,
não sabe de onde veio,
muito menos pra onde vai ...
bye, bye!
Adios,
hasta la vista,
a onde alcança,
alcança a vista ...
rápido, rápido,
se vista.
coloque tuas roupas
e suma de vista,
hasta ta la vista,
adios,
bye,bye.

calça apertadinha

Medo, finjo que sinto medo,
medonho,
medonho medo,
que não me conte os teus segredos,
que omita,
não diga.
Deixe de dizer o que realmente importa,
omita tolos desejos,
não diga,
que não avisei,
porque eu não lembrarei,
esquecerei.
digo hoje o que amanha não será mais verdade,
mais de verdade,
veracidade.
Vocifero palavras sem nexo,
olho sedento para o teu sexo,
mulher ... menina,
bunda redondinha
a mostra na calça apertadinha,
e nessa tardinha,
olhei teu corpo,
quase ficando louco,
maluco,
possuido.
E foi,
foi assim aquela bunda exprimida na calça esquia,
eu olho como quem espia,
vigia os movimentos sedentos
da calça apertadinha.

círculos

Em círculos ... caminhando em círculos, rodando feito pião, círculo, na verdade redemoinho levando junto tudo no caminho, força, método, selvageria ... covardia, como capanga sem mandante destruir tudo ao seu alcance. Figura decorativa, um vaso, uma planta, um móvel de quina, de esquina. Imóvel na esquina, espero o ônibus passar, ônibus da estória, sim estória, pra boi dormir, pra ninar criança, pra fazer graça ... de ai uma risada, bem debochada, escancarada como janela em dia de sol, brilho, suavidade, graça ... de ai uma risada! Boa risada, ria do mundo, de tudo, todos; ria muito de tua própria figura, de teu reflexo no espelho, silhueta no espelho; reflita a tua vida, jogue tudo pra fora, mesmos as palavras fora de ordem, línguas fora das bocas ... por que tanto ousas, tanto usas estas vestes rasgadas, vistas cansadas? Cansadas de ver longa metragens, longa novelas, longas realidades ... verdades.

chega pra lá

Mais uma brincadeira da sorte?
Se for de me uma cadeira,
Preciso sentar.
Descansar,
Me refazer.
Não que seja possível,
Afinal ela nunca brincou comigo,
Nunca quis papo,
Ignorou.
Deixou mesmo de lado,
Ao deus dará,
Chega pra lá,
Chega pra lá e um termo bom,
Um modo simples de dizer,
Não é tua vez,
Não é tua hora.
Hora de tempo,
Hora de momento,
Oras bolas, continuo em movimento,
Braços,
Pernas,
Troncos,
Membros ...
Movimento!
Como palavras roçando a tênue folha,
Papel perdido,
Ao vento perdido,
Voando,
Feito avião de papel,
Bola de papel,
Serpentina,
Confete.
Bofete na cara,
Tudo por causa de uma mão assanhada.
Pancada na orelha,
Devido a uma olhadela ...
Espiadela ...
Uh, lá, lá, lá ... que pernas!

notícias do dia

Maldição!
O mal em ação,
Luzes,
Câmeras ...
Desconstrução,
Tijolos tirados de uma parede,
Telhas sacadas de um telhado,
Coisas acumuladas,
Estas vão pro lixo,
Melhor dizendo doadas,
Pro lixo não,
Já temos muito por ai,
Lixo aqui,
Acolá,
Um pouquinho pra frente,
Logo ai!
Por que estou falando de lixo?
Me pergunto eu neste momento,
Mas como saber?
Talvez seja efeito da eleição,
Candidatos bradam em comícios.
Quem sabe a mulher das pedras,
Barbárie a luz do dia.
Possivelmente a mulher nua na revista masculina,
Curvas sem textura.
Tem também o vazamento,
E nem passaram nada pra gente.
O ficha limpa como pude esquecer,
Batalhas jurídicas,
Quase idílicas,
Quase etílicas,
Elitistas ...
Estilistas do por trás dos panos,
Maquinistas do andar pra trás,
Veranistas de Bermudas, shorts e Caribe,
Piratas de verdade,
Que abordam nossas vidas,
Tomando a força poucas economias,
Ergometrias,
Geometrias
E outras tantas trias.

vem donde?

Vou meio que titubeando,
Meio que tateando,
Inteiro no escuro.
Não vejo,
Apenas ouço,
Sinto ...
Muito,
Sinto muito por ser assim ...
Sinto ...
Sinto nada e sou assim,
Desta forma,
Deste jeito:
Imperfeito,
Rarefeito nas idéias,
Desértico nas memórias,
Insólito nos pensamentos.
Imperfeito!
Feito erva daninha,
Feito terra ressequida,
Água fresquinha;
Me de um copo de água fresquinha,
Não nada de água ardente,
Nada de efluentes poluentes,
Nada preso aos dentes.
Imperfeito!
Feito os rios e seus afluentes,
Feito as árvores e seus galhos verdejantes,
Viajante de longas distâncias
E adjacências,
Perto,
Longe,
Presente,
Ausente ...
Transeunte que passa pela rua,
Quem é?
Quem será?
O que traz de bagagem?
Para onde vai,
De onde vem?
Vem donde?

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

circo, quero outro circo!

Gostaria de fazer versos estéticos,
Cuidar da métrica,
Desenvolver a retórica,
Rica retórica.
Sim, gostaria sim de fazer coisas belas,
Bem mais belas,
Na verdade sintéticas,
Como um nylon,
Parecendo pausterizado,
Enlatado,
Moldado.
Mas, não consigo
E teimo em continuar escrevendo,
Mesmo que seja bobeira,
Baboseira,
Besteira.
Mas besteira de fato, vemos todo dia na telinha,
Na Globo,
Band,
Record.
Baboseira sedenta de vitimas,
De heróis,
Vilões,
Anões de um circo,
palco ambulante no qual somos palhaços,
nariz vermelho,
sorriso pintado na cara,
sapato furado em baixo,
e o queixo,
caído!
Caído de tanto ver TV,
Entorpecido ao ver TV,
Quero outro circo!

game

Estive pensando,
Em não mais escrever,
Cansei de dizer bobagens,
Estafa veio me dizer metades.
Não sei mais que escrevo,
Não sei mais que desejo,
Sei apenas que me perco,
Em meio às letras,
As palavras,
Frases ...
Fases,
Deve ser uma das fases,
Que passamos,
Que formamos,
Qual a frase de uma fase?
Qual a fase daquela frase?
Fase assim meio difusa,
Frase assim meio que eclusa,
Represa idéias,
Estanca os sonhos,
Bloqueia o que pensamos ...
Passamos de fase,
Novos cenários,
Novos apetrechos,
Alvos,
Destinos.
O game prossegue,
Mais uma fase avançando,
Mais um ponto marcando,
Gift ganhando,
Energia repondo.
E segue o game
E a gente jogando,
De fase passando,
Game over,
Ou quem sabe:
O final terminando,
Terminado o jogo,
Mais um game,
Mais um tento,
Mais eu tento,
Jogar um game.

carta

Aqui enviando e-mails,
Meio que sem destino,
Meio que no vazio,
Destinatário indefinido.
Lembro ainda do tempo das cartas,
Escrever,
Se possível reler,
Envelopar,
Selar e
Enviar!
Simples não?
Simples sim!
Agora ficou mais simples:
Digitar,
Solicitar correção ortográfica,
E ... send!
Já foi,
Não tem envelope,
Não tem selo,
Talvez no final tenha um beijo,
Um abraço,
Um até breve;
Igual que antes,
Mais rápido,
Mais ágil
Mais instante.
Não sinto falta das cartas,
Escrever fazia doer o dedo,
E olha que escrevia,
Quase uma carta por dia,
Um bilhete,
Um lembrete,
Um oi distante.
Lá vai mais uma caneta,
Mais uma folha,
Mais um monte de coisas.
Como uma carta,
Posto estes versos na net,
Envio estes inversos na rede,
Quem sabe você leia,
Quem sabe não,
Mas as palavras ficam ai,
Navegando em um meio quase infinito.
Um até breve!
Um abraço!
Um beijo!
Chegou o fim carta,
Agora não digo mais nada!

domingo, 1 de agosto de 2010

tal

Estrangeiro em terras distantes,
Que língua falam,
Que costumes são estes?
As vestes nem se fala,
Na verdade não falam mesmo,
Onde se viu veste falar?
Não foi aqui, não foi neste lugar.
Não foi não!
Como ia dizendo:
Estrangeiro em terras distantes,
Mares nunca dantes navegados,
Blá, blá, blá ...
Falando tudo de novo,
No mesmo lugar,
Lugar não perdido,
Lugar não longínquo,
Não infinito,
Apenas mito,
Um mito qualquer,
Destes que encontramos em lugar comum,
Comum a todos os lugares,
Altares,
Imagens,
Pastagens,
Folhagens,
Etcteragens, etc e etc
E tal!
Que tal?
Tal qual!

tranquilo

Queria saber escrever,
Queria assim,
Deste modo, desse jeito.
Pra assim poder lhe dizer,
Melhor traduzir.
O que sinto,
O que vejo,
O que provo.
Não provo nada apenas digo,
Não sinto nada apenas finjo,
Não vejo nada somente um brilho,
Brilho de luar,
Brilho de solar,
Brilho de atordoar,
sair torto, cambaleante,
sem rumo,
distante.
Diz tanto, quanto queira,
Diz muito, muito mesmo,
Muito que queira,
Queira um tanto,
Emocione-se,
O tanto que queira,
O quanto lhe sirva,
De consolo,
De louros,
De um dia calmo, tranqüilo ...
Dia tranqüilo,
Tranqüilo.