segunda-feira, 22 de agosto de 2011

301

Faltou um,
faltou o trezentos e um;
na verdade,
na verdade teve 1 que não valeu,
mas não lembro qual,
não lembro quando,
tão pouco como ... como foi que escrevi,
o que quis dizer,
de qual forma, jeito, contexto.
Não foi válido, apenas isso.
Que fique bem definido:
algo escrito,
algo mal escrito,
manuscrito,
mesmo em teclados ... manuscrito.
Afinal usei as mãos,
melhor dizendo os dedos ... escrevendo,
escrevendo algo não útil,
inútil,
invalido.

sábado, 9 de outubro de 2010

300

Trezentos ... espartanos, gregos, troianos ... não! Apenas versos, escritos, troços. Chegou afinal o final, término, the end, finiquito; acabou. Muito foi dito, talvez de fato quase nada, uma parcela, prestação, bonificação; sim sem dúvida, a sempre mais por dizer, mas não assim deste jeito: aos pedaços, cacos, frangalhos ... fragmentos fragmentados, não se unem, não tem ponta, nem pedaço. Dispersos versos, escritos infinitos, troços modestos. Encerrou-se um ciclo, volta inteira, esfera, bola ... da vez! Bola da vez jogada na sinuca da vida, bola da vez lançada em profundidade, bola da vez arremessada na marca. Marca ai em teu caderno, agenda, parafernália, que os mosaicos são formados por pequenas pedras, vidros, imagens; que por sua vez se traduzem em um desenho, esboço, ou seja: algo formando algo dentro de si ou em si mesmo. Talvez seja possível, somente me resta experimentar, testar, errar, acertar, continuar errando, fazendo, traduzindo, existindo ... fluindo.


300 escritos, tenho que admitir que gosto de fazer isso, escrever. Por vezes tem textos que não gosto, por isso chamo troço. Os versos, estes em si são divertidos; porem os escritos, estes inclusive releio, fico olhando, pensando, buscando formas que emprestam nuances as palavras, encontrando por ora muitos erros, mas ali os deixo; foi a pressa, o desleixo e o não saber mesmo, mas ficam ali, marcando espaço ... território. E assim acabou, se algo ficou, não sei, efetivamente não sei, alguém sabe?

2 desejos

2 desejos,
a noite foram feitos,
agora só resta um.
não disse?
sim, somente 3 são desejos, nada mais nada menos.
então deseje bem,
sem medos,
receios,
titubeos ... titubeou, dançou.
dançou valsa, salsa, merengue;
me da um sorvete de creme ...
crime contra o não mais quanto outros sabores,
diversos,
exóticos,
raros;
mas, prefiro o comum,
o mais comum dos sabores,
mais comum dos fatores,
comum, simples, preciso.
creme ou crime?
me de uma frase que rime,
ande, corra, me auxilie, help me, olha eu aqui:
olhando pra ti.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

desejos

eu desejo ...
disse agora um desejo, meu desejo.
mas cuidado!
não pense que os desejos são simples,
desejos podem alcançar limites intransponíveis,
podem reverter ordens e coisas,
conservam um sabor ameno.
são perigosos, malucos, doentios.
possuem pressa, insensatez, lucidez ...
acidez ...
veneno ...
ternura.
vê se não abusa.
vê se tira a blusa, a saia, a roupa;
fica nua!
vou olhar tuas formas,
babar feito animar,
avançar ... o sinal, a linha, as fronteiras e as entrelinhas ...
telinha,
telona,
quero um tv grandona!

degustativas

eu pago, não sei como, não sei quando;
mas pago ... pato, conta, pra ver.
pago pra ver!
Isso mesmo, pago pra ver!
O que?
vejamos ... a quem tenha uma verdade pra dizer,
apenas uma basta.
pago ainda, pra quem sabe exato descrever o querer.
dobro a mesa, se voce me reconhecer,
na multidão,
na sua frente milhões de gentes ...
gentes da terra,
de outra esfera,
extratosfera ... pulou uma distância quase infinita,
foi ao longe esta história,
foi ao longe, muito distante ...
léguas,
kilometros,
luz.
Ofuscou as vistas a luz do fim do túnel,
as retinas estavam acalmadas,
as papilas? degustativas!
ativas!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

fale algo

putz, esqueci o teu nome, qual é mesmo?
pô, diz ai!
fica bravo não, é apenas a memória ram,
excesso,
falta ... memória,
quase não lembro minha trajetória,
quase não recordo de teus olhos ... são prateados?
dourados?
feito opalas, vidraças ... quebraram as vidraças, foi vidro pra todo lado,
um caco aqui, outro acolá;
passa a sacola, a bolsa, a vida,
vamos passando! Tudo!
me de ca sua sacola, sua bolsa, sua vida ...
que adiantou tanta pompa e circunstância,
que influiu tanto poder e arrogância,
tantos votos e poucas mudanças,
nenhuma,
apenas retórica, oratória e anedotas,
me conte outra que esta não tem graça.
quem quiser que conte algo,
fale algo.

quão

por vezes me sinto espectro,
não! melhor dizendo, aspecto,
sintoma,
reflexo.
de tua vida,
de minha vida ... fatores estéticos, métricos, assimétricos ...
quão distante, mais próximo.
quão perto, distante.
perto,
longe,
distante,
próximo;
apenas espaço ... apenas tempo.
ansioso, busco iludir minha mente, meus sentidos;
finjo,
engano,
minto; a mim mesmo e eu mesmo ... a esmo mas com esmero.
me esmero e com isso espero descobrir os segredos,
os teus segredos ... desejos ... anseios.
num tomo jeito,
sou assim sem jeito,
me traduzo por meus defeitos.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

seu tempo

despejando palavras, aleatórias, simplórias, insólitas ...
palavras despejadas em folhas, papéis, pixels.
não podem ser tocadas, por serem despejadas, não podem ser tocadas,
somente vistas como roupa em uma vitrine,
feito janela,
ventana,
window;
peça de acervo, nada raro, museu a céu fechado ...
poeira,
mofo,
ácaros.
o tempo se apossa dos dias, horas, segundos;
supremo,
vai seguindo seu curso,
ensinando,
aprendendo,
alterando ... alternando ... alterado ... alternado,
e por ai vai ... o seu tempo!

pimenta

canastrão, atua na vida como se não fosse com ele não ...
finge que não, mas sabe, que tem tudo a ver,
tem tudo a ser,
ser de fato,
acaso,
escasso ... ficou sem palavras, fico quase mudo ... estátua,
boneco,
espantalho;
espanta, espanta a preguiça, a gula, a luxúria ... não, a luxuria não!
essa deixa quieta, menina nada certa, inquieta, esperta.
como representa mal este ator,
um torpor,
fedor,
despudor ... opor ganhos e perdas,
compor amores e ódios,
sabor ... de lábios, beijos,
beijos larápios ... roubados ... furtados.
frutados, feito morangos, mangas ... pimenta ...
malagueta,
vermelha,
dedo de moça ... essa moça?
não, aquela; aquela outra!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

respiro

meio sem jeito,
olho para o espelho e me vejo ...
incerto,
decrépito,
descrédito ... voce tem crédito,
eu acho que ainda tenho,
cacife,
cacique,
fetiche.
me olhe, teus olhos são inéditos;
me sorria, teus lábios me fazem ausente;
me diga, tuas palavras me acalmam.
deve de ser o sotaque,
o jeito ... maneira.
lembro, imagino, sonho;
viajo nas lembranças, poucas boas,
boca,
olhos,
sorriso ... me lembro,
te digo,
digo e repito ... respiro!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

nojo

engodo,
enjoo,
nojo!
palavras não muito bonitas, meio que restritas ...
restritas as esferas sociais, pessoais, bi-laterais.
não as fales mais,
deixe de lado.
num canto abstrato de tua mente ... circunferente ... círculo ardente;
me empreste o pente, preciso pentear os cabelos,
afinal não fiquei careca de saber,
ainda tenho muito a aprender ... conhecer ... ver.
muito, muita ... coisa ainda falta ...
falta dimais, eu nada sei.
protótipo,
esboço,
desenho ... nada diferente,
número em vez de gente,
gráfico hereditário,
pesquisa em boca ... urna ... latrina ... valeta ...
boca de porco,
boca de chancho,
lábios de suíno ... pobre porquinho, pagou o pato e nem afogou o ganso.

olá

Faminto, bicho faminto ...


Rasteiro,

Matreiro,

Arisco.

Arrisco as cartas mais altas, já na primeira jogada;

Não sou de nada,

Não sou da nata;

Paciência? Nenhuma!

Não me venha com games, players, meetings and others,

No,

No way,

De jeito maneira,

Nem pensar.

Vai tirando o cavalinho da chuva,

Vai tirando a viola do saco, toca ai uma moda ...

Modismo de viola,

Palavras,

Coisas frívolas.

Tipo um sorrir, um olhar ... um olá.

domingo, 3 de outubro de 2010

como manda o figurino

como manda o figurino,
como diz a frase:
vista-se,
comporte-se,
pense ... igual ao figurino;
regras,
falas,
parcelas ... vá já pra cela ... dourada ... encantada ... com pedras ornadas.
preciosas,
valiosas,
plásticas ... petróleo, riqueza, surpresas.
por debaixo do pano,
do nariz,
do oceano.
todos querem se deleitar em berço esplêndido,
todos querem nadar em dinheiro,
ganhar o sustento.
dinheiro, soldo, salário ... monetário;
dinheiro monetário,
banco imobiliário ... jogo, um jogo quase infantil,
valores quase lúdicos ... virtuais; quem ganha mais?

sábado, 2 de outubro de 2010

imagine

espasmo,
um espasmo lúcido invade o cérebro,
meu cérebro.
que pensa em uma maneira,
uma forma,
um jeito ... de transformar o tempo,
um diferente dia que nasce,
passe a diante, um pé a frente, depois outro.
caminhando por uma calçada, rua, avenida, estrada ... abrindo caminho,
deixando pra trás:
o passado,  o que passou.
o presente, o que esta passando.
o futuro, o que nem aconteceu ...
o que aconteceu?
o que houve?
quem nos ouve?

conjuntura ...

política,
social,
ambiental.
que tal?
que tal ir pegar uma praia,
cerveja gelada,
sol,
e águas calidas ... calientes ... águas calientes.
queria agora estar vendo o mar,
brisa no rosto,
paisagem no olhar,
imagem a imaginar ...
imagine!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

troços

carona,
carranca,
carrancudo ...
o céu não está mudo,
ta nervoso ... estrondo!
e rufam os tambores,
anunciam água, muita água, tempestade.
a luz já ta fraquinha, parece até fim de dia estando perto do meio dia,
lá vem ela: a chuva.
por batedores raios e trovões,
quase palavrões,
quase tambores na preparação ... iniciação ... ebulição ... erupção.
neste fim de dia, quase ao meio dia as nuvens são cinzas, quase negras, quase densas ...
o que pensas? hoje o céu esta virado, vai vir a baixo ... ruas viram riachos,
avenidas rios caudalosos,
peixes ou destroços?
o que são estes troços?

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

agora

sou mágico!
mas não escondo a cobra ou engulo espadas,
nada deste gênero ... apenas magia.
apenas faço magia ... negra, branca ... cinza.
em plena luz do dia,
na tua frente,
nada de vestes reluzentes.
posso modificar um mundo,
posso fazer um mundo,
fazer o mundo, do faz de conta, da carochinha ...
carrocinha que se enche,
vários produtos: plástico, papel, vidro.
puxando?
em vez de um burro um humano,
ali lutando para juntar um dinheiro,
catando lixo ... reciclando lixo ... reciclando o humano ... ciclo ... versículo ... testículo.
pequeno texto,
pequeno verso,
ciclo, ciclico ... circula as bordas de meu pensar,
embola feito dança, amasso, rala e rola; olha a hora, agora!

voando

Vejo passando um conto.
pequeno conto,
verso;
vai rolando,
rolando ladeira abaixo, ganhando velocidade ... flutuando.
ganhou os ares,
se foi pelo ares e com ares de grande importância ... quanta elegância,
um gentleman ... prosaico.
e lá foi o verso, papeando, prosando, tagarelando;
enfadonho, cuidado com o tombo,
a queda,
descida,
afinal é uma ladeira e não tem eira e nem beira ... ribanceira.
lá foi o verso voando sem destino,
feito avião de papel,
feito bola de papel,
folha de papel ... voando.
foi papel, verso, brincadeira ... voando.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

horizonte

caindo pelas beiradas, vou aos trancos e barrancos ...
barracos,
botecos,
castelos;
de cartas, cartas marcadas,
manchadas,
usadas ... jogadas diversas vezes,
repetidas mesas,
impelidas maneiras,
impulso, explosão ... atração.
sempre tenho escolhido os melhores caminhos,
longos, tortos e cheio de perigos, mas não sou chapeuzinho;
apenas desta forma funciono,
deste jeito deixo de ser sonho e atuo no mundo que componho,
cores,
sons,
imagens
e também bobagens,
bobagens a parte,
um aparte: o que desenhaste ali no horizonte?
me conte.

vagabundo

por vezes sou vagabundo,
gostaria até de ser mais,
mas por enquanto somente as vezes.
vadiar por ai,
escrevendo algos, causos, cousas ...
mas sou fofoqueiro não,
não falo da vida dos outros,
não invejo,
não imito.
como poderia ter tais sensações, se as detesto?
como?
não daria; seria com dar um tiro no próprio pé,
prender o zipper no pênis ou o pênis no zipper;
morder a própria língua pensando ser uma suculenta maminha ...
daria não,
puta dor,
sou masoquista não, por isso:
não falo dos amigos, vizinhos e mesmo dos inimigos,
mas estes, os últimos,
parecem gostar de me mencionar,
não sei se me sinto lisonjeado ou preocupado,
mas sigo pensando do mesmo modo:
de ti nada falo.

anular

escolhas;
as escolhas ... são algo:
covarde, atrevido, sentido;
daninho, bem vindo, sem sentido;
unilateral, plural, senso invertido ...
divertido, é divertido escolher,
é sim, basta apenas querer e deixar o acaso florescer,
crescer.
faça ai a sua, pois eu já escolhi,
faz muito tempo que separei o trigo do joio,
processo invertido,
mínimo múltiplo incomum ... anulo e acho muito justo,
as escolhas devem ser livres, não podem estar atreladas a um dever;
as escolhas devem ser múltiplas,
as escolhas devem ser mínimas ... incomum.
mais uma vez tanto faz, não há o porque, o quem e como optar,
somente anular.