sábado, 9 de outubro de 2010

300

Trezentos ... espartanos, gregos, troianos ... não! Apenas versos, escritos, troços. Chegou afinal o final, término, the end, finiquito; acabou. Muito foi dito, talvez de fato quase nada, uma parcela, prestação, bonificação; sim sem dúvida, a sempre mais por dizer, mas não assim deste jeito: aos pedaços, cacos, frangalhos ... fragmentos fragmentados, não se unem, não tem ponta, nem pedaço. Dispersos versos, escritos infinitos, troços modestos. Encerrou-se um ciclo, volta inteira, esfera, bola ... da vez! Bola da vez jogada na sinuca da vida, bola da vez lançada em profundidade, bola da vez arremessada na marca. Marca ai em teu caderno, agenda, parafernália, que os mosaicos são formados por pequenas pedras, vidros, imagens; que por sua vez se traduzem em um desenho, esboço, ou seja: algo formando algo dentro de si ou em si mesmo. Talvez seja possível, somente me resta experimentar, testar, errar, acertar, continuar errando, fazendo, traduzindo, existindo ... fluindo.


300 escritos, tenho que admitir que gosto de fazer isso, escrever. Por vezes tem textos que não gosto, por isso chamo troço. Os versos, estes em si são divertidos; porem os escritos, estes inclusive releio, fico olhando, pensando, buscando formas que emprestam nuances as palavras, encontrando por ora muitos erros, mas ali os deixo; foi a pressa, o desleixo e o não saber mesmo, mas ficam ali, marcando espaço ... território. E assim acabou, se algo ficou, não sei, efetivamente não sei, alguém sabe?

2 desejos

2 desejos,
a noite foram feitos,
agora só resta um.
não disse?
sim, somente 3 são desejos, nada mais nada menos.
então deseje bem,
sem medos,
receios,
titubeos ... titubeou, dançou.
dançou valsa, salsa, merengue;
me da um sorvete de creme ...
crime contra o não mais quanto outros sabores,
diversos,
exóticos,
raros;
mas, prefiro o comum,
o mais comum dos sabores,
mais comum dos fatores,
comum, simples, preciso.
creme ou crime?
me de uma frase que rime,
ande, corra, me auxilie, help me, olha eu aqui:
olhando pra ti.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

desejos

eu desejo ...
disse agora um desejo, meu desejo.
mas cuidado!
não pense que os desejos são simples,
desejos podem alcançar limites intransponíveis,
podem reverter ordens e coisas,
conservam um sabor ameno.
são perigosos, malucos, doentios.
possuem pressa, insensatez, lucidez ...
acidez ...
veneno ...
ternura.
vê se não abusa.
vê se tira a blusa, a saia, a roupa;
fica nua!
vou olhar tuas formas,
babar feito animar,
avançar ... o sinal, a linha, as fronteiras e as entrelinhas ...
telinha,
telona,
quero um tv grandona!

degustativas

eu pago, não sei como, não sei quando;
mas pago ... pato, conta, pra ver.
pago pra ver!
Isso mesmo, pago pra ver!
O que?
vejamos ... a quem tenha uma verdade pra dizer,
apenas uma basta.
pago ainda, pra quem sabe exato descrever o querer.
dobro a mesa, se voce me reconhecer,
na multidão,
na sua frente milhões de gentes ...
gentes da terra,
de outra esfera,
extratosfera ... pulou uma distância quase infinita,
foi ao longe esta história,
foi ao longe, muito distante ...
léguas,
kilometros,
luz.
Ofuscou as vistas a luz do fim do túnel,
as retinas estavam acalmadas,
as papilas? degustativas!
ativas!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

fale algo

putz, esqueci o teu nome, qual é mesmo?
pô, diz ai!
fica bravo não, é apenas a memória ram,
excesso,
falta ... memória,
quase não lembro minha trajetória,
quase não recordo de teus olhos ... são prateados?
dourados?
feito opalas, vidraças ... quebraram as vidraças, foi vidro pra todo lado,
um caco aqui, outro acolá;
passa a sacola, a bolsa, a vida,
vamos passando! Tudo!
me de ca sua sacola, sua bolsa, sua vida ...
que adiantou tanta pompa e circunstância,
que influiu tanto poder e arrogância,
tantos votos e poucas mudanças,
nenhuma,
apenas retórica, oratória e anedotas,
me conte outra que esta não tem graça.
quem quiser que conte algo,
fale algo.

quão

por vezes me sinto espectro,
não! melhor dizendo, aspecto,
sintoma,
reflexo.
de tua vida,
de minha vida ... fatores estéticos, métricos, assimétricos ...
quão distante, mais próximo.
quão perto, distante.
perto,
longe,
distante,
próximo;
apenas espaço ... apenas tempo.
ansioso, busco iludir minha mente, meus sentidos;
finjo,
engano,
minto; a mim mesmo e eu mesmo ... a esmo mas com esmero.
me esmero e com isso espero descobrir os segredos,
os teus segredos ... desejos ... anseios.
num tomo jeito,
sou assim sem jeito,
me traduzo por meus defeitos.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

seu tempo

despejando palavras, aleatórias, simplórias, insólitas ...
palavras despejadas em folhas, papéis, pixels.
não podem ser tocadas, por serem despejadas, não podem ser tocadas,
somente vistas como roupa em uma vitrine,
feito janela,
ventana,
window;
peça de acervo, nada raro, museu a céu fechado ...
poeira,
mofo,
ácaros.
o tempo se apossa dos dias, horas, segundos;
supremo,
vai seguindo seu curso,
ensinando,
aprendendo,
alterando ... alternando ... alterado ... alternado,
e por ai vai ... o seu tempo!

pimenta

canastrão, atua na vida como se não fosse com ele não ...
finge que não, mas sabe, que tem tudo a ver,
tem tudo a ser,
ser de fato,
acaso,
escasso ... ficou sem palavras, fico quase mudo ... estátua,
boneco,
espantalho;
espanta, espanta a preguiça, a gula, a luxúria ... não, a luxuria não!
essa deixa quieta, menina nada certa, inquieta, esperta.
como representa mal este ator,
um torpor,
fedor,
despudor ... opor ganhos e perdas,
compor amores e ódios,
sabor ... de lábios, beijos,
beijos larápios ... roubados ... furtados.
frutados, feito morangos, mangas ... pimenta ...
malagueta,
vermelha,
dedo de moça ... essa moça?
não, aquela; aquela outra!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

respiro

meio sem jeito,
olho para o espelho e me vejo ...
incerto,
decrépito,
descrédito ... voce tem crédito,
eu acho que ainda tenho,
cacife,
cacique,
fetiche.
me olhe, teus olhos são inéditos;
me sorria, teus lábios me fazem ausente;
me diga, tuas palavras me acalmam.
deve de ser o sotaque,
o jeito ... maneira.
lembro, imagino, sonho;
viajo nas lembranças, poucas boas,
boca,
olhos,
sorriso ... me lembro,
te digo,
digo e repito ... respiro!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

nojo

engodo,
enjoo,
nojo!
palavras não muito bonitas, meio que restritas ...
restritas as esferas sociais, pessoais, bi-laterais.
não as fales mais,
deixe de lado.
num canto abstrato de tua mente ... circunferente ... círculo ardente;
me empreste o pente, preciso pentear os cabelos,
afinal não fiquei careca de saber,
ainda tenho muito a aprender ... conhecer ... ver.
muito, muita ... coisa ainda falta ...
falta dimais, eu nada sei.
protótipo,
esboço,
desenho ... nada diferente,
número em vez de gente,
gráfico hereditário,
pesquisa em boca ... urna ... latrina ... valeta ...
boca de porco,
boca de chancho,
lábios de suíno ... pobre porquinho, pagou o pato e nem afogou o ganso.

olá

Faminto, bicho faminto ...


Rasteiro,

Matreiro,

Arisco.

Arrisco as cartas mais altas, já na primeira jogada;

Não sou de nada,

Não sou da nata;

Paciência? Nenhuma!

Não me venha com games, players, meetings and others,

No,

No way,

De jeito maneira,

Nem pensar.

Vai tirando o cavalinho da chuva,

Vai tirando a viola do saco, toca ai uma moda ...

Modismo de viola,

Palavras,

Coisas frívolas.

Tipo um sorrir, um olhar ... um olá.

domingo, 3 de outubro de 2010

como manda o figurino

como manda o figurino,
como diz a frase:
vista-se,
comporte-se,
pense ... igual ao figurino;
regras,
falas,
parcelas ... vá já pra cela ... dourada ... encantada ... com pedras ornadas.
preciosas,
valiosas,
plásticas ... petróleo, riqueza, surpresas.
por debaixo do pano,
do nariz,
do oceano.
todos querem se deleitar em berço esplêndido,
todos querem nadar em dinheiro,
ganhar o sustento.
dinheiro, soldo, salário ... monetário;
dinheiro monetário,
banco imobiliário ... jogo, um jogo quase infantil,
valores quase lúdicos ... virtuais; quem ganha mais?

sábado, 2 de outubro de 2010

imagine

espasmo,
um espasmo lúcido invade o cérebro,
meu cérebro.
que pensa em uma maneira,
uma forma,
um jeito ... de transformar o tempo,
um diferente dia que nasce,
passe a diante, um pé a frente, depois outro.
caminhando por uma calçada, rua, avenida, estrada ... abrindo caminho,
deixando pra trás:
o passado,  o que passou.
o presente, o que esta passando.
o futuro, o que nem aconteceu ...
o que aconteceu?
o que houve?
quem nos ouve?

conjuntura ...

política,
social,
ambiental.
que tal?
que tal ir pegar uma praia,
cerveja gelada,
sol,
e águas calidas ... calientes ... águas calientes.
queria agora estar vendo o mar,
brisa no rosto,
paisagem no olhar,
imagem a imaginar ...
imagine!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

troços

carona,
carranca,
carrancudo ...
o céu não está mudo,
ta nervoso ... estrondo!
e rufam os tambores,
anunciam água, muita água, tempestade.
a luz já ta fraquinha, parece até fim de dia estando perto do meio dia,
lá vem ela: a chuva.
por batedores raios e trovões,
quase palavrões,
quase tambores na preparação ... iniciação ... ebulição ... erupção.
neste fim de dia, quase ao meio dia as nuvens são cinzas, quase negras, quase densas ...
o que pensas? hoje o céu esta virado, vai vir a baixo ... ruas viram riachos,
avenidas rios caudalosos,
peixes ou destroços?
o que são estes troços?