quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Tempo

Tempo, novamente o tempo vem assolar meus pensamentos, vem transbordar o rio que me leva em frente ... Margens ... Várzeas ... Pálpebras cerradas como se fosse possível não ver; os passos se vão num compasso que mais parece um retorno, um voltar no tempo refazendo um caminho a muito esquecido, caminhar banido ... Bandido ... Um pé ante pé para não pisar nos que dormem, pulo ante pulos para espalhar os ovos ... Quebrar os vidros, estraçalhar vidraças, telhados e muitas garrafas ... Praças lavadas pelas chuvas, água que não para, que deixa a cidade molhada, pessoas cansadas tentando retornar ao lar, ao bar ... O rio já demonstra certa furia em suas águas sujas, que sobem, que aumentam de volume e amedrontam, assustam os que estão na rua ... Cadê meu guarda chuva? Se eu fosse inglês decerto teria um, mas gosto mesmo da chuva no rosto, de ficar ensôpo ou ensapo ... Que saco!

Perda de tempo

Ouvi há pouco: não podemos perder tempo! Mas como podemos perder algo que nunca achamos, como perder algo que nunca tivemos? Apenas tempo, não o tempo dos ponteiros, não o tempo digital, nem mesmo o tempo da areia ... Tempo do sol apenas, astro que nasce no fim de minha rua, ilumina tudo com raios alaranjados, doce calor, cítrico explendor. Seguir a vida como a noite e o dia, jogo de esconde-esconde ... Onde estas agora? Qual o tem nome? Surge assim como o dia, desaparece na forma da noite ... Boite ... Dançam meninas num ritual nada do mal, tampouco do bem, apenas ritualizam a venda, o corpo, o tempo que agora fustiga os olhos, maltrata a boca, desgasta a alma ... Arma apontada para sua cabeça, alvo móvel, retrátil, fácil ... Já eras! Eras, pedras, ervas ... La hierba, éba lá hierba. Se desfez em fumaça o teu retrato, se desmanchou aos pedaços os teus cacos ... Acorda, acorda ... Já èh de dia e o tempo passa!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Bom Dia!

Mais um ano se foi, passou rápido, como sempre! Como podemos vencer o deus cronos? Como podemos avançar no tempo de maneira mais rápida que o próprio tempo? Nós sabemos e fazemos, sabemos que o tempo não muda, ainda é o mesmo; fazemos nosso relógio interno, ai sim, correr. Bate acelerado o coração de plástico ... não! Ainda não é? Deixe pra logo que ai verás. Veras, primaveras que se vão passando ... invernos, outonos ... e ... verões (gosto mais do verões), quantos verões voce já existiu? Quantos mais existira? Coisa louca não? Ter um começo, meio e fim? Mais ainda ter prazo de validade, mas sem direito ao rotulo. Na verdade não esta escrito, ou mesmo descrito; faz parte do jogo que jogamos no dia a dia, a luta diária ... labuta ... estuda, trabalha, estuda. Corre de um lado a outro, vai de encontro, estatela a cara no muro. Mas o muro não é alemão, o muro não é de cimento, o muro é doce e puro e nos traz a tona ... a lona ... a deriva ... a vida!
Bem a vida!
Bem vindo o dia!
Bom Dia!

Chuva!

Momento de solidão,
a chuva escorre pela janela de vidro,
o barulho das gotas,
da água escorrendo pelo bueiro ...
quebram o silêncio da noite ...
dobram o pensamento fugaz ...
um ás ...
um ás na manga,
jogando o jogo marcado,
marcado pelas pegadas,
pelas palmadas,
palmas ...
palmas ao tudo,
tudo que perdemos neste país,
neste condado ...
contado ...
contado o monte de notas,
meias,
cuecas,
sabe-se lá mais onde,
ou quem,
ou como ...
Como a comida,
supro minha vida,
sopro minha vida em direção ...
nenhuma ...
nenhuma multa me autua,
nenhuma culpa me atenua,
as mãos trago nuas!