quinta-feira, 30 de setembro de 2010

agora

sou mágico!
mas não escondo a cobra ou engulo espadas,
nada deste gênero ... apenas magia.
apenas faço magia ... negra, branca ... cinza.
em plena luz do dia,
na tua frente,
nada de vestes reluzentes.
posso modificar um mundo,
posso fazer um mundo,
fazer o mundo, do faz de conta, da carochinha ...
carrocinha que se enche,
vários produtos: plástico, papel, vidro.
puxando?
em vez de um burro um humano,
ali lutando para juntar um dinheiro,
catando lixo ... reciclando lixo ... reciclando o humano ... ciclo ... versículo ... testículo.
pequeno texto,
pequeno verso,
ciclo, ciclico ... circula as bordas de meu pensar,
embola feito dança, amasso, rala e rola; olha a hora, agora!

voando

Vejo passando um conto.
pequeno conto,
verso;
vai rolando,
rolando ladeira abaixo, ganhando velocidade ... flutuando.
ganhou os ares,
se foi pelo ares e com ares de grande importância ... quanta elegância,
um gentleman ... prosaico.
e lá foi o verso, papeando, prosando, tagarelando;
enfadonho, cuidado com o tombo,
a queda,
descida,
afinal é uma ladeira e não tem eira e nem beira ... ribanceira.
lá foi o verso voando sem destino,
feito avião de papel,
feito bola de papel,
folha de papel ... voando.
foi papel, verso, brincadeira ... voando.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

horizonte

caindo pelas beiradas, vou aos trancos e barrancos ...
barracos,
botecos,
castelos;
de cartas, cartas marcadas,
manchadas,
usadas ... jogadas diversas vezes,
repetidas mesas,
impelidas maneiras,
impulso, explosão ... atração.
sempre tenho escolhido os melhores caminhos,
longos, tortos e cheio de perigos, mas não sou chapeuzinho;
apenas desta forma funciono,
deste jeito deixo de ser sonho e atuo no mundo que componho,
cores,
sons,
imagens
e também bobagens,
bobagens a parte,
um aparte: o que desenhaste ali no horizonte?
me conte.

vagabundo

por vezes sou vagabundo,
gostaria até de ser mais,
mas por enquanto somente as vezes.
vadiar por ai,
escrevendo algos, causos, cousas ...
mas sou fofoqueiro não,
não falo da vida dos outros,
não invejo,
não imito.
como poderia ter tais sensações, se as detesto?
como?
não daria; seria com dar um tiro no próprio pé,
prender o zipper no pênis ou o pênis no zipper;
morder a própria língua pensando ser uma suculenta maminha ...
daria não,
puta dor,
sou masoquista não, por isso:
não falo dos amigos, vizinhos e mesmo dos inimigos,
mas estes, os últimos,
parecem gostar de me mencionar,
não sei se me sinto lisonjeado ou preocupado,
mas sigo pensando do mesmo modo:
de ti nada falo.

anular

escolhas;
as escolhas ... são algo:
covarde, atrevido, sentido;
daninho, bem vindo, sem sentido;
unilateral, plural, senso invertido ...
divertido, é divertido escolher,
é sim, basta apenas querer e deixar o acaso florescer,
crescer.
faça ai a sua, pois eu já escolhi,
faz muito tempo que separei o trigo do joio,
processo invertido,
mínimo múltiplo incomum ... anulo e acho muito justo,
as escolhas devem ser livres, não podem estar atreladas a um dever;
as escolhas devem ser múltiplas,
as escolhas devem ser mínimas ... incomum.
mais uma vez tanto faz, não há o porque, o quem e como optar,
somente anular.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

redemoinho

não! não quero pensar no futuro imediato, não quero!
que os desdobramentos ocorram,
o interferir é proibido,
o intervir suicídio,
o ir é o caminho ...
em frente, atrás vem gente, olha o bonde ...
me conte uma estória pra eu me distrair,
me diga uma verdade, nem que seja de mentirinha.
tolice,
não existe verdade de mentira,
somente mentira de verdade ...
que falsidade,
a minha,
a tua,
a nossa ... cosa nostra.
deixo pra lá o que esta vindo,
que venha ... de mansinho ... em tormenta ... redemoinho,
ola lá dentro,
um diabinho!

dou de ombros

compasso ...
de esfera,
espera;
me espera ai que já te alcanço,
no se preocupe,
sou danado,
sou safo ...
me acho!
me acho de bem, sem mal;
me acho de mal, sem bem ...
nem bem, nem mal,
novamente esta frase ... repetindo,
repente,
repelente,
reagente ... reaja!
impulsiona tua força pra frente,
pros lados ... pro alto.
alto tombo,
alto estrondo,
me assombro, não ligo, dou de ombros.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

num mesmo dia

pequeno, terreno ...
do planeta sou, não tem jeito sou,
deste com certeza,
mas vejo coisas, pessoas, nuances,
que talvez voce não veja, talvez sim.
temente,
dormente,
demente;
ser vivente,
que pulsa,
batuca,
no escuro brilha,
no claro irradia ... luz de um novo dia .... a cada dia ... novo dia,
manhã distinta, nuvens, sois e as vezes luas;
chuvas, época das chuvas já meio que começou,
mas como anda louco este nosso clima,
outro dia em pleno inverno,
vi um monte de andorinhas,
acho que nem mais imigram.
tempestades inusitadas,
chuvas das brabas,
sol de rachar coquinho ... num mesmo dia,
numa mesma cidade,
estado,
país,
planeta.

te conto

ei vem cá!
me de teus olhos,
sou todo ouvidos ... sentidos.
alertas,
despertos,
incertos ... sentidos.
fará sentido?
estarei apenas por ai, perdido?
serei somente em esboço sem cor, papel com bolor?
seja lá o que for,
seja lá de que cor,
que seja então, tenho medo não,
sou de carne, um pouco de banha e osso;
tenho receio não,
apenas escrevo e tento contar a minha versão;
falo de falas, de palavras, passado, presente; o futuro?
este não tenho permissão pra dizer,
ainda não! é muito cedo.
quem sabe depois de amanha, te conto ... quem sabe?

depois me diga

arteiro,
faço arte o dia inteiro,
te digo:
não tenho jeito!
não tenho não,
como gente floresço,
como cidadão desapareço,
como figura ganho apreço ...
espesso,
espaço,
orvalho.
óleo em água,
não se mistura e nem mesmo se atura;
viagem ao infinito,
por planetas deslizo;
feito água da noite,
bruma suave que se apossa das plantas, contornos, flores ...
seja o que fores,
saiba que existem páginas ainda não lidas ... não escritas ... insistas.
sempre insista; depois me diga.

domingo, 26 de setembro de 2010

existo?

bicho,
cão,
cachorro.
feito cachorro,
feito cachorro molhado,
feito cachorro molhado em dia de chuva, não paro.
vou pra todo lado,
fico agitado,
não paro ...
de pensar,
de andar,
resmungar pra todo lado,
pra tudo que é lado,
aos quatro cantos
e muitas outras esquinas ...
resmungando,
andando,
pensando.
nem sei se respiro,
nem sei o que te digo,
nem sei se existo ... nem sei o que é isto,
esta coisa de existir ... pensar ... andar ... resmungar.

sábado, 25 de setembro de 2010

tudo importa

postagem,
pastagem ... imagem,
bucólica,
caótica,
anedótica.
sob um ponto de vista, pode ser outra coisa,
e outra,
e outra,
e mais outra.
pode ser sim, não tem porque não,
afinal somos tantos tanto quanto diferente pensamos,
mescla ai,
mistura tudo:
raça,
cor,
pensar,
falar ... mistura tudo!
tudo de uma vez, assim que sabe o resultado melhora.
nada de receios,
nada de preconceitos,
nada de trejeitos ... de um jeito ... de uma forma,
que nada,
agora que pega, as formas também são diversas ... perversas ... modestas.
forma, jeito, maneiras;
tudo importa, tudo mesmo!

incerto

pelo menos, de certa forma sou sincero;
os meus pés?
estes não, são incertos, escolhem os caminhos mais desertos,
escolhem pisar torto, nada reto;
caminhos incertos,
pés tortos ... desertos.
decerto, que tudo de certo,
de verso,
melodia,
contos,
canções ...
que falem do coração,
do dia de hoje e ontem,
cotidiano,
mediano,
outro plano ... traçando outro plano ... sempre!
planos e mais planos, talvez tenha que ir ao altiplano ... planando.
caminhando em caminhos incertos,
pés tortos pisam firme,
não se importam,
não tem medo e nem receio,
apenas pisam rumo ao desconhecido ...
amanhecer.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

fora

todo instante fascina,
respirar,
sentir,
olhar ... vida,
não tem preço, mas sim, meu apreço ...
eu mereço, sim mereço.
quero vida agora sim a tardinha,
vou molhar as plantas antes que chova,
minha mente vadia transita por entre palavras já conhecidas,
já lidas,
lidas com os afazeres diários,
labuta com a batuta de um maestro,
joga versos ... prosas ... conversas,
fora, joga fora,
janela a fora,
porta a fora ...
dê o fora ... si manda ... cai fora,
cai fora do trem antes que ele pare,
tumulto na certa;
cai fora da rede antes que vire peixe,
fisgado vai pra panela ... forno ... grelha.

prontos pra devorar

fim de semana, leilão.
quanto valerá uma lei,
quanto estão dispostos a pagar por uma lei ...
mufunfa alta,
não é grana rasteira ... aposentadoria ... regalias ... que maravilha!
@##@%&&*%%$#!
@$%¨¨&&%&$!
cobras e lagartos,
bichos esquisitos, insetos daninhos, pontinhos ...
vários pontinhos ... siga o mapa do tesouro,
um arrobo ... roubo a luz do dia,
na nossa cara,
a todas vistas ...
vistas no processo,
ritos,
togas nos ombros ... lobos famintos prontos pra devorar.

lavada de mão

lave bem as mãos!
é bom!
bom pra evitar a gripe,
qual delas?
a próxima com certeza.
bom pra ir fazer uma boquinha,
a comida fica limpinha.
mais bão ainda pra fazer de conta que é democracia,
cinco a cinco ... impasse ... pouca vergonha!
deste modo tudo legalizado,
nem que sim, nem que não;
empate técnico e não nocaute
e continua a brincadeira,
com a tua cara, com tua bandeira
palavra de ordem,
besteira.
as mãos não podem ser lavadas desta maneira,
não tire a tua mão da fogueira,
queima um pouco mas a alma fica satisfeita,

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

tempo

voce me conhece?
sabe quem sou?
que bom!
Então me diga que eu já não sei,
ou talvez saiba um pouco,
quase nada.
me diga, vamos!
quem sou?
um estranho?
estrangeiro?
alheio?
Alheio a vossa vontade,
lhe digo que sou assim mesmo ... imperfeito,
e bota imperfeito nisso ... tosco,
imperfeito,
mal feito ... com defeito,
não tem jeito mercadoria de segunda linha,
taca pra vender em alguma fronteira, lojinha de periferia ...
esboço tênue que se apaga com o tempo,
vai perdendo os traços,
vai fugindo a mente ... os dentes ... vai sumindo ...
tempo,
lento tempo,
vento lento de tempo ... segmento!

inconstitucionalissimamente

verso malescrito,
ou será mal escrito?
Rimas que não rimam,
palavras que aglutino,
junto,
componho.
composição sem melodia,
o sol anda quente ao meio dia,
no meu dia de hoje, calor,
sol,
secura ...
tomei tanta água quanto um camelo,
depois de dias no deserto,
muita água decerto ...
decreto,
leis,
medidas definitivas ... e a tal lei da ficha limpa,
talvez vá sujar,
esta nossa lei é tão fraquinha,
rola uma graninha e quem sabe se torne contra a constituição ...
inconstitucionalissimamente inconstitucional,
e a maioria o que quer?
quer a lei funcionando,
nada mais, nada menos.
seu juiz,
seu togado,
dr advogado ... limpem a barra e as fichas, pelo menos desta vez.

água

pecaminoso,
culpado,
defeituoso ...
torto feito galho de árvore,
pau que nasce torto?
permanece,
continua ... prossegue,
fazendo as mesmas coisas de maneira diferente,
quase idêntica, mas diferente;
contornos,
nuances,
flashes ... algo diferente.
ainda sou gente, pessoa, indivíduo ...
indivisível,
intransponível ... fora de nível.
nivela ai a terra,
passa máquina,
passa serra ... dessértica ...
dessértica esta terra,
poeira que levanta ao vento,
cegueira trazida aos olhos,
garganta seca ... um copo d'água ...
água fresca, cristalina, limpa.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

pés

sai pra lá olhão,
não tenho nada do seu interesse não!
não vem não!
olha pro teu próprio umbigo,
olha pra teu ´próprio destino;
o meu?
este deixa que cuido eu,
é somente meu, destino ...
desatino talvez,
fora de prumo, um tanto,
um tanto quanto talvez,
quem sabe disse algo ou alguma coisa,
o que olhas então?
nada tenho,
tampouco persigo,
finjo que não existo ... esquisito,
mosquito ...
da dengue ... do dengue,
carapanã de igarape,
deixa ver teu pé,
um pé,
dois pés,
um par de pés, que pé é este?

terça-feira, 21 de setembro de 2010

sem sintonia

- Alo?
- Por favor Amujaci, é isso neh?
- Não minha senhora não tem ninguém aqui com um nome sequer parecido com isso!
- Ah tah obrigada!

De nome aos bois,
mas por favor,
Amujaci é um terror,
será indígena?
alienígena?
da líbia?
Não, não falem isso de personagem tão ilustre ...
lustre pendurado no salão de reunião,
vamos lá diga qual tua linhagem,
vens de baixo?
Ai é complicado hein?
Porrada de todos os lados,
paulada na ideia ... plateia ... patética.
Aritmética, sempre fui ruim;
na verdade no estudo não entendia quase tudo,
não olhava com os mesmos olhos,
não ouvia com os mesmos ouvidos,
não falava esta mesma língua ... sem sintonia.

fortuna

Rápido e certeiro,
tipo tiro prá tudo que é lado,
feito bala perdida ai pela vida.
Vida ordinária,
ordinária vida ... comum ... simples ... quase avestruz,
penas pra que te quero?
voar apenas, sou sincero!
plumagens não me interesam, não mesmo, não sou pavão ...
quase povão talvez,
quase alheio, sem dúvida,
louco por inteiro já me vou pelas tantas ...
idades,
sonoridades,
meias verdades e quem sabe mais lá o que,
eu prá variar não sei,
não sei mesmo e não é apenas enquete do ibope,
em parte não sou número não ...
sou aldeão,
vou viver no mato então ... caminho da roça ... caminho de troça ... migalhas;
conto de fadas, de fodas ... fortuna!

por enquanto não!

Pequeno momento de paz,
paz amena,
também pequena,
afinal na guerra não nos damos a tal luxo,
a tal capricho,
requisito ...
mas eu peço,
peço mesmo o que é meu por defeito,
minha paz,
meu ás na manga,
pequeno ás,
pequena manga ... quem manda,
quem mandou pensar deste jeito,
quem te disse que isso era permitido,
invertido ... jogo invertido,
começa o segundo tempo e olha que não vai haver prorrogação,
não vai haver continuação;
então aproveita e se deita,
na cama,
na mata,
na caixa ...
de madeira,
com verniz e alças.
eu?
por enquanto não,
tenho muito que fazer,
muito que conhecer,
mais ainda que viver ... vou fazer estrada, caminho, picada!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

não quero votar não!

Intervenção divina ...
humana,
alienígena,
terrestre ... bichin da peste!
Temos uma eleição que preste?
Quadrilhas disputando o poder,
uma do PCC, outra do CV;
parece briga de gangue!
Todos sabem os podres de todos,
armas de alto poder de destruição lançadas segundos antes da eclosão,
tapetes puxados no ultimo minuto,
tapetes guardando um pouco mais que poeira,
talvez a prataria, as peças de ouros e os quadros de tinta ...
papel, papel moeda,
rola solto pra tudo que é lado,
um espanto e nada cai pro meu canto, nem um milhãozinho ...
solidos aureos,
contos de réis,
traveller checks ...
vou pra Cayman, quem sabe lá me ligo de algo,
descubro as bancas ... bancas do tesouro ausente,
passarão a mão num montam e não querem dar o lugar não,
briga de gangue?
não!
apenas mais uma eleição ...não quero votar não!

sábado, 18 de setembro de 2010

lugar ao sol

tambores, atabaques, motores;
gente, massa, galera;
lá vai a leva,
vai lá mas me leva.
na troça,
frevo, maracatu,
saudade de tu Pernambuco,
praias,
brisas,
sol ... um lugar ao sol,
meu lugar ao sol, quero o meu.
vai passando ai!
vai me dando ai!
meu lugar,
meu sol,
lugar, sol;
lugar ao sol,
solmente isso, nada mais.
solo eso y mas nadie.
é isso ai e mais nada.

guente firmis

lembrei de uma frase antiga,
de um passado,
bem passado.
guente firmis.
não vou lhes dizer o enredo,
pois pouco lhes importa;
consideremos assim:
um momento de cumplicidade, ponto.
creio que foram as releituras e transcrições de textos antigos,
muito já lidos,
por mim mesmo,
mesmo!
conotação com certeza mudou,
esta frase hoje diz outra coisa,
de outro modo,
maneira;
diz que mesmo que muitas coisas, por vezes, não deem certo,
faz problema não,
pois existe uma razão, uma lógica, uma história;
existe mais ainda o acreditar, crer, querer,
querer fazer diferente,
desta forma não tá bom prá gente,
tá não.
intão ... viremos a mesa, sirvamos a mesa, mais uma rodada,
cartada ... carteirada ... bancada.
prefiro sacadas, de prédios, casas, favelas, sacou?

face

Ansioso, deliciosamente ansioso,
por um olhar sincero,
um ar diferente pra respirar,
lugar ainda distante ... ali adiante ... no futuro ... pretérito ... do passado ... presente ...
quero um presente e nem precisa estar embrulhado,
nem precisa papel crepon ou seda,
nem laços e fitas ... um presente ... gift ... regalo.
Arregalo os olhos,
me irrito,
quase tenho um troço;
não posso, não mais posso
aguentar os distratos,
suportar falsos emissários ... falsários,
malandros,
canalhas ... torcer uns pescoços,
quebrar uns ossos,
romper o coco ...
romper la pelota, bolota ... huevos;
vou mesmo, encher o saco desta gente,
pentelhar,
ser eloquente ... quente,
o sangue anda quente,
quase fervente,
ácido,
bombástico ...
bummmm, explodiu! Foi pra puta que o pariu e ainda riu,
deu risada,
gargalha, da tua cara,
cara de pau,
rosto de pedra,
face singela ... sincera ... dispersa

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

novo dia!

Rodo, rodopiou, dançou ... o frevo,
boi bumbá,
maracatu.
Dança, festa, gente dispersa,
a solta,
pelo mundo a solta,
rodopiando,
rodando,
dançando ...
vamú lá mano!
Tamo baixando!
Vamú cai prádrento!
Maneirismo,
gíria,
palavreado ... comentário.
Fala ai mentecapto,
no capto,
no capito niente ...
gente veja que besteira, asneira,
que maneira.
Que maneira?
Qual maneira?
Qual mineira ... minas ... mina ... pedreira.
Rolando ladeira,
abaixo,
sem percalços,
pés descalços ...
pisam,
caminham,
anunciam ... novo dia!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

vontade

pequenos ... quão pequenos somos?
grãos de areia apenas,
areia fina de ampulheta,
grossa de britadeira,
macia ... feito praia a tardinha, no fim do dia.
Uma volta, ali pela orla;
mãos dadas,
papo furado,
olhares trocados ... bão!
bão mesmo,
deste jeito, te concedo um desejo,
apenas um e não pode ser perfeito,
sim isso mesmo, nada perfeito, nada é perfeito, nada mesmo!
seria simples demais,
seria tedioso, tedioso demais.
melhor desta forma,
circulo e não esfera,
retangulo e não quadrado,
são tantos angulos que nem sei qual mais gosto,
são tantas curvas que nem escolho em qual me perder,
que vontade de ver,
teus olhos, sorriso, boca.
que vontade de ter,
teu olhar, sorriso, lábios ...
que vontade.

beijo

escrever ... o escrever é sem dúvida um dos meus vícios, algo meio visceral, gutural, orbital. vou assim sendo impelido a escrever; um verso aqui, um texto ali, um bilhete, rascunho, lembrete; lembre: de algo que tenhas esquecido, de um ser querido, um lugar preferido ... lembre, de abrir as janelas, portas e tramelas, deixe a vida fluir, sem mais, apenas fluir, apenas seguir o fluxo, curvar e ir em frente ... atrás vem gente ... vem sim, se espremendo, se combatendo, se enganando ... ritmo e cotidiano ... sagrado e mundano ... urbano, rural, cigano; até da frança vão me expulsando, pondo pra fora, enxotando. parece até idade média, somente espero que não cacem as bruxas, estas eu gosto, são astutas, espertas, malucas, são bruxas. Me pergunto: o que escrever tem a ver com bruxas? o mais óbvio, nada! marmelada! pessegada, goiabada ... que mancada, agora estou a pensar em doces, daqui a pouco quem sabe? um queijinho? que nada um beijinho, na face, no queixo, nos lábios ... um beijo, um queijo ... face, queixo, lábios ... outro beijo ...

prefiro

trajectoria ... posição, velocidade, corpo ...
percurso,
curso de rio,
água de rio,
curva de rio ...
onde tudo para, estaciona, estanca;
curva de rio ...
trajecto improvável, inviável, inflável,
feito boneca,
colchão,
floresta,
não!
esta é inflamável,
volátil,
retráctil ... versáctil,
vira mesa,
vira cadeira,
se transforma em lenha pra lareira,
queima que é uma beleza e ainda gera riqueza ...
passageira,
riqueza passageira,
floresta passageira,
planeta passageiro, que passa, que vai indo, sumindo.
quero não, prefiro ter os pés na areia, na terra, na natureza.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

mostre a tua

Ei! Acho que te reconheço,
conheço.
Coisa de cheiro, pele, química ...
antiga,
já no tempo dispersa,
mas afinal quem tem pressa,
vida,
esta é uma imensa festa,
gente a beça,
fumaça a beça,
que bela beca!
Panqueca,
quero comer panqueca ...
carne,
espinafre,
ou quem sabe queijo e goiaba ...
cascão ...
no pé,
pescoço,
até mesmo no rosto,
rosto que é face,
face que é cara ... mostre a tua!

banal

indecifrável,
inflamável,
implacável.
não, não é um super-heroí!
não se trata disso.
seria mais algo assim ...
comportamental,
existencial,
banal.
de fato o banal se aplica,
feito luva sob medida,
feito jeito, cara, textura.
jeito de andar, de falar, de pensar.
cara de poucos amigos, otário, esquisito.
textura de manga carnuda, rosa, manga rosa.
textura de pele desnuda.
textura de carne crua.
desta forma banal,
deste jeito pouco atual,
deste modo factual ... espectral ... do mal e também do bem ... ninguém ... outrem ... ôôô o trem ... trem bão, bão dimais ... já vais? ... vai não! ... fica mais um bucadin ... um tantin ...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

manha

Saltando em lapsos ... tempos ...
silêncio, um mudo silêncio paira neste instante,
apenas as folhas de uma árvore balançando ao vento,
apenas uma manha de sol e calor ameno,
as horas vão caminhando em um canto de pássaro,
não sei a marca ou modelo,
apenas ouço o canto ... liberdade.
Bairro, vontade, necessidade,
essa tal liberdade se faz de besta,
esparrama tuas besteiras,
em praça pública,
na feira pública,
mercado ... marcado,
com o rosto marcado,
barbado,
cansado;
um tanto quanto cansado,
de ver uma realidade mesquinha,
verdade daninha,
maldade vizinha ... humanidade.

διαλεκτική

Dialético,
estético,
hermético.
O pensamento pode tudo,
compor, contrapor, contradizer ...
contra o dizer,
contra o fazer,
fazer de conta,
fazer as contas,
espelhos,
máscaras,
miçangas ... bugigangas,
quais são as tuas?
Que gaddets usas?
Celulares,
palms,
conectividade?
Palavras,
falas,
dialogas?
O que me dizes agora?
Não me venha com lorotas, nem anedotas.
Me venha sim com histórias, memórias e contos,
de fadas,
homens de lata,
bonecas de pano,
seres flutuando ... voando.
Sonhado acordado, somente isso.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

saudade

Talvez ...
o que seja a saudade?
Um lampejo de olhos ardentes?
Um lembrar de minimos detalhes?
Pequenos mesmo, deste tamanhinho!
Pequenininho ...
deste tamanhinho.
Olhares,
sorissos,
trajeitos e jeitos ...
lembro cada pedacinho,
até mesmo os desalinhos,
até mesmo os desníveis ...
saudade,
trago a saudade,
em mim,
em eu,
saudade eu ...
tenho de voce
e nem sei porque...
apenas lembro dos detalhes,
tenho saudade!

:)

Pano de fundo, de cor diferente,
apenas um tom,
colorido indiferente,
quebra de monotonia,
regras ...
quem diria?
quem poderia imaginar?
quem queria acreditar?
vem de encontro, vem!
pode vir, tem problema não,
sou apenas ilusão,
palhaço,
carrasco,
vulto.
sou apenas emoção,
romântico,
distante,
orgânico ... humano.
ser humano,
ser ou não ser,
pouco importa, não tenho berço,
não rezo o terço,
não fico de joelhos ...
posso me olhar no espelho,
posso dormir no sossego,
posso sorrir quando lembro ...
:)
tá vendo?

agite antes de usar

Olá! Então como vai voce?
A família?
A mobília?
A vida?
Bem, espero que tudo esteja bem!
Sim é verdade,
porque seria diferente;
sou assim amável,
amigável,
imóvel ...
no tempo,
no espaço,
no orgasmo ...
não sou de briga não,
quase não gosto de confusão,
bão, um pouquinho quem sabe?
Pouquinho de confusão,
arranca rabo,
agitação ...
agite antes de usar,
agite mesmo senão não vai dar ...
risada,
suspirada,
viajada ...
ria comigo,
suspire comigo,
viaje comigo ...
conte comigo,
conte consigo,
conte aos amigos.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

brilha

Enebriante.
Teus olhos enebriam ... me enebriam,
tonteam,
brilham.
Olhos que brilham, que ironia,
imagina só como seriam.
Lanternas,
fárois,
luzes?
E a energia, que usas?
Carbono,
fóssil,
renovável?
Quem sabe atômica?
Urânio,
plutônio,
neurônios?
Fiquei atônito,
meio ofuscado,
meio rabiscado,
inteiro ... inteiro enebriado ... tonto ... alcolizado.
Estes olhos que brilham,
iluminam,
são de fato luz,
artificial,
natural ... que brilha.

foram

as palavras me fogem da mente,
se vão pelo ar carregadas ao vento,
vento frio,
meio gelado,
fim de inverno ... lembro de Vera,
a prima ...
Primavera ...
flores,
odores,
quem sabe amores.
fugiram de mim novamente as palavras,
se foram por uma qualquer estrada,
conversando,
papeando,
falando ...
se foram,
as palavras,
por ai a fora feito anedota,
feito fofoca,
lorota ... palavras,
se foram assim meio tortas,
meio enganosas,
da boca pra fora ... se foram ...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

procura-se!

Criminosamente finjo que te entendo,
brinco que compreendo,
fujo como que brincando ...
bandido,
banido,
balido ... combalido,
lido no dia, na noite;
trabalho a tardinha,
a madruga,
sol e lua;
frio e chuva;
calor e suor.
Trabalho ... posso ser teu escravo,
servo,
assecla ... capanga ... cartas na manga;
me chama,
sou seguro,
quieto,
ruim que nem o diabo,
marvado feito quiabo,
endoidado.
Mas, não sou otário,
pra qualquer um não trabalho,
exclusivo,
prime,
lúdico.

vácuo

O silêncio ...
imperou por alguns instantes,
um vácuo,
um vazio,
um sozinho.
Instante pequeno,
mínimo,
ínfimo ...
sozinho,
vazio,
no vácuo ... espaço ... jornada ... caminhada;
que nada,
pedala,
fala ...
fala esquisito,
parece ser,
parece querer,
faz de conta existir ... ir ... sumir,
no vento,
tempo,
a qualquer momento ... instante.

domingo, 5 de setembro de 2010

peixe

eu,
di coco,
di coco chapado ...
endoidado,
endemoniado,
amaldiçoado ...
chapado no chão,
na parede,
na rede ...
de descanso,
de dormir,
de computadores ...
rede ...
peixe ...
caiu na rede é peixe,
caiu na net é peixe,
o peixe,
vamos falar do peixe ...
grelhado,
assado,
assanhado, time assanhado,
danado ...
chapéu de bola parada,
lá vem patada.
Deixa a molecada jogar sua pelada,
pedalada,
canelada,
dançada.

vai, fala!

Como folhas ao cair da planta,
folhas velhas que se desprendem do caule,
folhas ... hojas ...
palabras ...
palavras que se desprendem da mente,
que se soltam da boca,
caem de tuas conversas.
Folhas que se alastram,
palavras que se espalham,
hojas de teu diário,
palabras do teu imaginário ...
anedotário.
O que parlas?
Italiano?
Birmânes?
Indiano?
Speak english?
Spoken irish?
Línguas, idiomas, dialecto ...
o que parlas?
Vai, fala!
Diga palavras,
solte palavras,
palavrões,
palavreados ...
palabras ... parábolas ... para!

sábado, 4 de setembro de 2010

Acabou!

"O que se faz aqui, se paga aqui!"
Algumas coisas,
frases,
idades,
me causam medo,
sim medo,
pavor,
terror.
Como podemos imaginar que algo assim: tão banal,
possa ser realidade,
possa se materializar em tua frente,
aparecer assim,
num toque de mágica,
feito magia,
igual bruxaria.
Veja só agora,
os medos se tornam coragens,
os pavores em vapores,
os terrores em flores ...
muda tudo,
tudo de lugar,
muda o lustre,
o piso,
o friso ...
do carro,
da casa,
da tua cara ...
amarrada ...
cara amarrada, não tá com nada;
nada ai na piscina,
olha que são os últimos dias ... logo logo,
casa vendida e mais uma despedida ...
fim de linha,
fim da linha ...
se acabou,
terminou,
o verso terminou ... acabou!

sempre e agora

ritmo ...
o ritmo influi,
flui pelos poros,
pelos,
nervos ...
nervoso sigo,
talvez seja algo que tenha dito,
um rito,
um grito ...
maldito!
Tenho dito,
que meus olhos enxergam,
veem os obstáculos mais obvios,
visualizam apenas o ululante ...
distante ...
distante vou nesta nave sem forma,
nesta forma,
humana,
mundana,
cigana.
Me faz falta o caminhar,
pela estrada sem destino,
pela vida sem sorriso ...
teu sorriso,
pleno,
avido,
atrevido ...
teu sorriso,
teu brilho ...
estou de quatro,
fico feito um asno,
quando penso em teus delírios,
sussuros,
gemidos ...
sou escravo,
teu escravo ...
senhora,
sinhá,
sou teu sempre e agora.

sempre por aqui

Pacto,
acto,
retracto.
Pacto com o demônio,
com deus,
consigo mesmo ...
eis o pacto definitivo,
não sei se consigo,
serei apto,
serei plausível?
Acto ... obsceno,
ato terreno ... desacato,
destrato,
balaio de gato,
pelos,
unhas,
garras ... agarras,
aguaráz,
querosene,
carburante;
consumindo o ar,
poluindo o mar,
destruindo o lar ...
lar doce lar,
minha esfera predilecta,
que azul navega pelo escuro infinito,
tira um retrato ...
retracto,
reato,
descalço,
tiro o sapato ... pé na areia, terra e plantas rasteiras ... faceiras ...
feiticeiras,
bruxas,
fadas ...
digo uma coisa:
Olá, voce vem sempre por aqui?

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

essa faço eu!

Inspiração!
Oh inspiração a donde estais?
Por que me abandonaste?
Deixaste?
Largaste?
Gaste mais do seu tempo,
mas gaste em coisas inúteis,
não úteis.
Utilidades ...
domésticas,
métricas,
esotéricas ...
lotéricas,
hoje estão cheias,
grande prêmio ... dinheiro.
Também quero dinheiro!
Nem sei pra que, mas quero.
Muito,
pouco,
moderado ... um punhado,
também quero;
pode ser ouro,
prata,
bananas ... preço de banana, que bacana.
Teu trabalho vale digamos ... uma casca,
uma metade,
uma rodela ... banana ... bacana.
bem que podia ser uma penca,
um cacho,
um punhado, mas, a casca?
Nela posso pisar,
e ao pisar me espatifar,
no chão me ralar,
um braço ou perna quebrar,
então ...
não me venham com bananas
pois não tenho nada de filantropia,
manda ai uma lagosta e uma saladinha.
Hummm, saladinha, deixa que essa faço eu!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

tempos

Capim ao vento,
bola de feno rolando ...
muitas vezes minha vida passou assim,
feito bola de capim rolando no tempo,
monte de feno a toa ao vento.
Momentos,
pequenos momentos ...
fragmentos,
é o que me lembro,
relembro ...
um dia,
uma tarde,
uma imagem ...
imagens por vezes distorcidas,
outras, bem nítidas, claras, quase sensitivas.
Diversas podem ser as perspectivas,
os olhares,
as vidas.
Variadas devem ser as palavras,
as falas,
palavras que falas.
O que exergam os teus olhos?
Por onde vagam os teus pés?
Que tocas com tuas mãos?