quinta-feira, 1 de abril de 2010
Bobo da Corte
Ali sentado, com meu chapéu de pontas, olhando o mundo dar suas voltas; agora um micronéssimo de segundo mais lento, ou mais rápido ... quem se importa, quem bate a porta ... na cara ... na madrugada ... na sacada; porrada! Pancada no meio da vida, de lavada a partida é perdida; jogo, desaforo, ouro! A corte segue na sua rotina diária, na sua desmedida forma de ostentar o poder,não! Não só poder, também a fama, as glórias, anedotas; epa! Estas não lhes pertencem, as anedotas são do Bobo, o tolo que não sabe bem quais são as regras deste jogo ... mas será mesmo, será mesmo possível que não saiba das normas? Pretensas, extensas, penas ... pensas, apenas pensa no mundo sem cor, pensa em tudo em branco e preto, o preto no branco e o branco no preto, o Bobo este sai dando suas piruetas, espalhando suas bravatas, tirando suas gravatas ... a garganta esgana ... a laranja expreme ... suco ... polpa ... palavras amenas. Pequenas gotículas de água formam um tremenda chuva, uma tempestade, uma bruma; bruma que esconde, que mascara, que acalma ... a alma ... a chuva ... a própria bruma ... arte de fazer rir, de fazer chorar ... corar as faces mais pudicas, as mentas mais sujas ... usas as vestes fragmentadas, os aparelhos defasados, os modelos sucateados ... cadeados que não mais abrem ou não mais fecham, sentido inverso, um verso arrancado da mente com esforço, apenas esboço, desenho tosco, um contorno, um bobo ... Bobo da Corte!
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