sexta-feira, 23 de abril de 2010

Peido

Dia nublado, enuviado ... feio!
Vem a chuva, fraca, tola, meio que boba,
Vem secar a garganta, tempo seco, tenho sede!
Sede de água,
Sede de vida,
Sede de chuva,
Chova!
Ainda não chove,
Apenas gotas minúsculas a gotejar no quintal,
Apenas uma água miúda que nem planta molha,
Não chove em minha horta,
A horta que não tenho,
A horta de plantas daninhas,
Não!
Não são daninhas,
Apenas plantinhas, que nascem, crescem, desenvolvem;
Vem! Comigo agora caminhar pelas arestas do mundo,
Vem! Comigo agora sobrevoar as moças nuas,
Vem! Agora e nem precisa ser comigo.
Um ombro amigo,
Um abraço,
Um ouvido ...
Planos ... altiplanos ... nada planos ...
Tão pouco objetivos ...
Sigilo!
Um grilo que canta na gaveta.
Um bicho que urra durante o sonho.
Um estrondo.
Um barulho.
Quem sabe um rojão, trovão; ou quem sabe um peido?
Fedido,
Podrido,
Putrefo ar expelido.
Um peido, quase nada para quem já esta borrado,
Que nada de peido,
Solto, é claro, mas apenas por questões orgânicas,
Mecânicas,
Laranjas, peras, melancias,
Frutas,
Legumes,
E outras coisas vegetativas ...
Um peido!

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