Eu ali, na sacada de meu castelo de cartas olhando o vale, olhando as pessoas, olhando as paisagens ... vale de sombras, vale de luzes ... bela tarde envolta em nuvens, nuvens que dissociam o olhar, nuvens que distanciam o mar, no ar nada pesado um respiro, um sopro, um sussurro ao pé do ouvido ... sou todo ouvidos ... teus gemidos .... teus gritos .... teus olhos! Apenas palavras; palavras amontoadas como um castelo de cartas ... marcadas ... mastigadas ... apenas cartas num castelo sujeito às brisas, vento que me leva distante, que me transporta para além das portas, que me sustenta no ar fazendo corar as leis naturais, e assim sustentado apenas pelo ar ouso navegar por entre sonho e realidade, por entre pernas, carnes e ansiedades. Na cidade vazia, na idade da vida, na verdade não dita! Mentira! Me tiras o ar e meu sustento se esvai, se vai por ai passear, passear no vale, passear nas pessoas, passear nas paisagens ... sombras e luzes que se equivalem ... castelo de cartas!
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