quinta-feira, 26 de agosto de 2010

correndo atrás do própio rabo


Cão correndo atrás do rabo, objetivo claro, definido; porém pouco óbvio, sem sentido. Não faz sentido, correr em círculos, abocanhar o ar, a toa se cansar. Não faz sentido, pra direita, pra esquerda, que diferença faz o ponto de gravidade é no mesmo lugar, é preciso tirar o apoio do pé, deixar o tempo rolar, feito pião rolar por mundos desconhecidos, sem destino, sem rumo, sem prumo ... pra cima, pra baixo, uma vez este lado outra aquele, pisar, pular, saltar ... voar! Voar, sim porque não? Podemos ser pássaros, insetos, aviões. Podemos ser ásperos, retóricos, irônicos.
Podemos mudar o turno, o mundo, o tudo. Podemos tudo, tudo que nossa imaginação imaginar, tudo que nossa mente precisar ... impreciso ... preciso do impreciso ... não posso ser claro, nem definido; não posso! Se assim fosse seria como o cachorro correndo atrás do rabo, o próprio rabo ... traseiro ... no máximo um buraco poderia cavar, um buraco pra entrar ... enterrar ... enterrado vivo como o pessoal da mina ... distante ... ofegante ... instante. Parado no tempo, o buraco parece parando no tempo, sem sol, sem lua, sem imagens e gravuras ... nada, o nada reflitindo nitidamente em paredes escuras, o nada timidamente tomado conta da vida ... não, não vou ficar correndo atrás de meu rabo, traseiro, bunda ...

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