sexta-feira, 16 de julho de 2010

Enfiando a linha no buraco da agulha

De um modo impreciso,
Olho,
Miro,
Ajusto e enfio a linha no buraco da agulha
Traçando uma reta de curva infinita,
Dançando no espaço como se fosse vela,
Vela de barco!
Vela de caravela!
O vento infla minhas pretensões,
O ar insufla minhas alucinações,
E eu ali como vela apenas me prendo aos mastros,
Apenas seguro com força ...
Medo de voar,
Receio de encontrar,
Pavor de transformar.
Ar e vento,
Conjunto de um fenômeno natural,
Rural,
Urbano
Terreno.
Ar e vento,
Um sopro,
Uma brisa,
Uma tormenta.
Entre os três escolho a tormenta,
Entre os três escolha a que me alimenta,
Entre os três escolhes a que mais te parece.
O barco balança,
O caldo entorna,
A água espirra ... vento descontrolado,
Deste lado,
Daquele lado,
Vento!
Frio,
Gelado,
Carregado.
A caravela entorna,
A vida balança,
O tempo atiça ... fogo arde,
Queima,
Transforma tudo em cinzas.

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